quarta-feira, 21 de setembro de 2016

A loba e o rouxinol


“A Loba e o Rouxinol” de A.M. Pires Cabral

O romance A Loba e o Rouxinol tem por cenário o mundo fechado de uma pequena vila transmontana, nos anos 60 do século passado. A história é contada na primeira pessoa por um filho da personagem central, após a morte deste. Trata-se de um comerciante à moda antiga, hirto numa certa concepção de dignidade profissional e incapaz de se modernizar, o que leva a loja a uma progressiva decadência. Para além disso, desenvolveu um processo psicopático de identificação com a casa onde vivia com a família e da qual foi forçado a mudar-se.
Repercutem, nesta história e neste cenário, diversas referências fundamentais que fizeram a história dos anos 60 em Portugal, como a emigração, a guerra colonial, a ditadura e a consequente dialéctica situação/oposição, filtrado tudo pela visão conservadora e provinciana da vilória, que o narrador, estudante em Coimbra durante a crise académica de 62, procura pôr a nu.

"Pires Cabral organiza a elegia, agora, de uma época do pequeno comércio e da palavra honrada, em fundo de guerra colonial e de nascente pato-bravismo na construção imobiliária, que vai alterar a fisionomia das praças. "A Loba e o Rouxinol" lê-se em quatro horas de puro gozo narrativo e vocabular; a composição das figuras, sobretudo de família ligada ao espírito do lugar, fixa um quadro exemplar também a desagregar-se nos idos anos 60." Ernesto Rodrigues, in Expresso, Actual

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[também disponível do autor os seguintes títulos: “O Cónego” (romance); “O Diabo Veio Ao Enterro”, “O Porco de Erimanto”, “Os Anjos Nús” e "A Navalha de Palaçoulo" (contos); “Como Se Boch Tivesse Enlouquecido”, O Livro dos Lugares e outros Poemas”, “Que Comboio É Este”, “Arado”, “Antes Que O Rio Seque”, “Cobra-D’Água”, “Gaveta do Fundo” e “A Noite Em Que A Noite Ardeu” (poesia); “Trocas e Baldrocas ou com a natureza não se brinca” com ilustrações de Paulo Araújo (infanto-juvenil); “Língua Charra – Regionalismos de Trás-os-Montes e Alto Douro” Volume I – A-E, 568 p. e Volume II – F-Z, 606 p.; “Páginas de Caça na Literatura de Trás-os-Montes” (selecção de textos e organização, antologia); “Aqui e Agora Assumir o Nordeste” (antologia) selecção e organização de Isabel Alves e Hercília Agarez; “As Águas do Douro” coordenação Gaspar Martins Pereira; “Telhados de Vidro” n.º 3, n.º 6, n.º 9, n.º 11, n.º 18, n.º 20, n.º 21; “Guerra Junqueiro: A Musa Dual” (antologia) introdução, selecção de textos e organização de A.M. Pires Cabral]


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