sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Arquivo de António Mourinho


Apresentação da correspondência de António Maria Mourinho e Joaquim Rodrigues dos Santos Júnior
pela investigadora Prof.ª Dr.ª Olinda Santana (UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro)
dia 2 de Outubro de 2012 (terça-feira), pelas 21h00
na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro, em Vila Real
 «No próximo dia 2 de outubro pelas 21h, serão apresentadas, na Livraria Traga-Mundos, em Vila Real, 3 obras que têm por base as correspondências trocadas, durante cinco décadas, por dois grandes vultos da cultura portuguesa do século XX: o Professor Joaquim Rodrigues dos Santos Júnior (1901-1990) e o mirandês António Maria Mourinho (1917-1996). Na obra de maior fôlego, CORRESPONDÊNCIA DE ANTÓNIO MARIA MOURINHO E JOAQUIM RODRIGUES DOS SANTOS JÚNIOR (1944 – 1990) (399 páginas), a autora, Olinda Santana, organizou um corpus de 226 missivas dos dois epistolários, fez uma edição interpretativa e contextualizou histórica e culturalmente as duas correspondências. Construiu ainda 2 catálogos das respetivas epistolografias. As correspondências dos dois estudiosos estão custodiadas em Trás-os-Montes, a do Professor Santos Júnior encontra-se no Arquivo Pessoal de António Maria Mourinho no Centro de Estudos António Maria Mourinho, em Miranda do Douro, e a de António Mourinho integra o Fundo Professor Santos Júnior do Centro de Memória de Torre de Moncorvo. Nas duas correspondências, perpassa um diálogo fraterno entre os dois investigadores, embebido em assuntos históricos, etnográficos, antropológicos e culturais do fascinante nordeste transmontano.
Nas outras duas obras, os catálogos das duas correspondências: Catálogo da Correspondência de Joaquim Rodrigues dos Santos Júnior para António Maria Mourinho (1944 – 1990) e Catálogo da Correspondência de António Maria Mourinho para Joaquim Rodrigues dos Santos Júnior (1951-1990), foram fornecidas a unidade de instalação de cada Arquivo Pessoal, o número de identificação do documento, a data e o local de escrita, o número de páginas do documento, o remetente, o destinatário, o assunto tratado, o estado de conservação, o tipo de documento (carta, bilhete-postal, postal ilustrado), bem como variadas anotações dos escreventes para cada uma das 226 missivas.»

“Sem investigação não há ensino de qualidade” Natural da freguesia de Massarelos, no Porto, Olinda Santana é docente, há 22 anos, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), e uma das investigadoras mais dinâmicas nas áreas da cultura e da linguística. “Para sermos bons professores temos que fazer investigação de qualidade, as nossas cadeiras têm de estar ligadas às nossas pesquisas”, acrescenta.
Foi o foral manuelino de Miranda do Douro que a conduziu àquele concelho raiano. “O foral manuelino de Miranda do Douro é o primeiro do Livro dos Forais Novos, é o modelo de muitos outros forais transmontanos. Sabia que ele fora transcrito pelo Abade de Baçal no próprio concelho, mas quando fui à procura dele, já não estava lá. Foi então que consegui contactar por telefone o Dr. António Maria Mourinho, também ele investigador de filologia, etnografia, literatura mirandesa, coreografia, entre outras áreas do saber, que estava aposentado e a residir em Lisboa”, adiantou. Ficou a saber que o Padre Mourinho, como era tratado, possuía muita documentação ainda por arquivar e estudar. António Mourinho faleceu em 1996, antes de poder terminar toda a sua investigação. Mas o seu trabalho não estava destinado a ser esquecido. Olinda Santana, após concluir o doutoramento, foi a Miranda saber da situação do acervo do antigo pároco de Duas Igrejas.
“A autarquia não tinha ninguém para tratar e estudar a documentação legada pelo insigne mirandês, eu voluntariei-me para fazer esse trabalho com uma pequena equipa da UTAD. Enquanto docente e investigadora da UTAD e tendo a universidade, na altura, um pólo universitário em Miranda do Douro, fazia todo o sentido ser uma investigadora da UTAD a tratar, estudar e divulgar o acervo do Dr. Mourinho”, reconheceu.
Segundo Olinda Santana, “o Arquivo de António Mourinho é multifacetado e singular, porque contém um arquivo fotográfico, um arquivo sonoro, uma biblioteca e um arquivo documental”. “Mourinho tinha plena consciência de que o seu arquivo seria muito importante para as gerações futuras”, pois como costumava dizer “Miranda do Douro era ainda, no seu tempo, um imenso tesouro etnográfico” que precisava de ser preservado para os vindouros. Foi esse tesouro que Mourinho guardou em palavras, em imagens e em sons.
“Fiz um projecto sobre esta matéria e fui apresentá-lo ao saudoso Reitor Professor Torres Pereira, que ficou radiante com a minha proposta, dada a grande paixão que tinha por aquela terra”, disse. O projecto começou em 2001 e em 2004 foi criado o Centro de Estudos António Maria Mourinho (CEAMM). Todos os anos são realizados diversos eventos e publicações em torno do Arquivo do obreiro da oficialização da língua mirandesa. [blogue Casa das Memórias]

Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro
Rua Miguel Bombarda, 24 – 26 – 28 em Vila Real
2.ª, 3.ª, 5.ª, 6.ª, Sáb. das 10h00 às 20h00 e 4.ª feira das 14h00 às 23h00
259 103 113 | 935 157 323 | traga.mundos1@gmail.com

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

barco rabelo + carro de bois + nau de Diogo Cão


barco rabelo (diversos modelos)


+ carro de bois

+ nau de Diogo Cão | Navegador Português | Nasceu em Vila Real 1440



Artesanato João Monteiro

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

26 de Setembro de 1973


VIDA

em 26 de Setembro de 1973
ainda havia vida algures a Nordeste

tendo chovido de véspera
formigas de asa ininterruptamente
soltavam-se da terra refrescada
rumavam ao sol um voo incompleto

contra as quais se voltavam
pequenas aves: tralhões
numa fremente e alegre aleluia de vida
 
num alto sobranceiro
soltava um perdigão instante apelo
um gaio ralhava num sobreiral

lagartos aqui e além
manchando de verde o rés das pedras
erguiam a cabeça atenta e zombeteira
ao voo dos moscardos

na vinha
as falazes canseiras da vindima

à sombra de uma esteva
a temporã
e rubra tentação dum cogumelo

por estranho que pareça
em 26 de Setembro de 1973
a química não passava
a vida resistia algures a Nordeste

A.M. Pires Cabral, “Algures a Nordeste – Catálogo de Feios, Simples e Humildes” (1974)

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[os títulos “O Cónego”e “A Loba e o Rouxinol” (romance); “O Diabo Veio Ao Enterro”, “O Porco de Erimanto” e “Os Anjos Nús” (contos); “Que Comboio É Este”, “Arado”, “Antes Que O Rio Seque” e “Cobra-D’Água” (poesia); “Trocas e Baldrocas ou com a natureza não se brinca” com ilustrações de Paulo Araújo (infanto-juvenil); “Páginas de Caça na Literatura de Trás-os-Montes” (selecção de textos e organização, antologia); “Aqui e Agora Assumir o Nordeste” (antologia) selecção e organização de Isabel Alves e Hercília Agarez]

terça-feira, 25 de setembro de 2012

O design da pastelaria portuguesa


Fabrico Próprio – o design da pastelaria semi-industrial / The Design of Portuguese Semi-Industrial Confectionery” editado por / edited by Pedrita (Rita João, Pedro Ferreira) e / and Frederico Duarte

“Fabrico Próprio – o design da pastelaria semi-industrial portuguesa” é um livro de 292 páginas dedicado à pastelaria portuguesa e à sua relação com o design. Reflectindo a importância deste universo na nossa cultura e sociedade, consiste primordialmente num registo “enciclopédico” de todos os bolos de pastelaria quotidiana. Um total de 92 bolos estão representados neste compêndio a uma escala próxima do real, junto com a respectiva identificação, ingredientes, características especiais e dados históricos. Este documento – a primeira recolha sistemática alguma vez realizada no nosso país sobre este tipo de produtos alimentares – é acompanhado de textos introdutórios, apontamentos históricos e um glossário de termos de pastelaria. Para além dos três textos ensaísticos que acrescentarão contexto e significado a este livro, pretendemos ainda incluir várias “inserções” ao longo das suas páginas, que darão outros olhares sobre este universo. Para tal, convidámos vários profissionais criativos, maioritariamente portugueses, a debruçarem-se sobre esta realidade, a partir de temáticas particulares. Fotógrafos, ilustradores, críticos de arquitectura e gastronomia, jornalistas, designers, um chef e um curador de arte tomam a pastelaria semi-industrial portuguesa como fonte de inspiração, oferecendo perspectivas inesperadas deste surpreendente mundo.
Ensaios – A crítica de arquitectura Ana Vaz Milheiro guia-nos por uma série de “Casas Devoradas” e mostra-nos – desde a casa de Hansel e Gretel às criações de massapão de Leonardo daVinci e às falhadas miniaturas em chocolate da Casa da Música de Pedro Bandeira e André Tavares – as relações entre Doçaria e Arquitectura. O curator de arte contemporânea Nuno Sacramento volta às suas raízes; viajando de Pemba à Ponta do Ouro, faz um registo meticuloso de pastelarias de Moçambique, assim como dos bolos portugueses que nelas encontra. David Lopes Ramos, jornalista e crítico de gastronomia do Público, fala-nos da história de um povo que se deixa levar por tudo o que é doce.

Castella de Portugal – O Pão de Ló, também chamado Pão de Castela, chegou ao Japão no século XVI com os primeiros europeus a chegar às terras do Sol Nascente, os portugueses. Desde essa data, é tido neste país como o mais querido e delicioso dos legados deste encontro de culturas, sendo produzido industrialmente e distribuído por todo o país, em embalagens tão elaboradas como atractivas. Através dos olhos e da máquina fotográfica da jovem fotógrafa japonesa Namiko Kitaura, vemos a Castella como um singular elemento de ligação entre os dois países e também como uma parte fundamental da estética e cultura japonesas.

Bolas de Berlim para Todos – Com e sem creme, as Bolas de Berlim são uma parte fundamental de muitos dias de praia bem passados por todo o país. Quisemos homenagear algumas das pessoas do universo pasteleiro nacional que mais admiramos: as vendedoras e vendedores de Bolas de Berlim. O fotógrafo Pedro Garcia encontrou na costa algarvia e retratou, no fim do Verão de 2007, 8 desses corajosos indivíduos que todos os dias desafiam o calor, o sol, a areia quente e outros obstáculos para nos trazerem um dos maiores prazeres estivais de Portugal.
Receita Especial – Se não nos interessam as receitas dos bolos de pastelaria – porque não os fazemos em casa – há porém quem esteja sempre interessado em investigar e experimentar. Convidámos o jovem chef português Hugo Nascimento (chefe do Restaurante Terreiro do Paço, em Lisboa) para escolher um dos bolos mais reconhecidos pelos portugueses e intervir sobre ele. O “caracol com frutas e gelado de chá verde superior”, a única receita de todo o livro, abre os horizontes da pastelaria à “nova gastronomia” e mantém a abordagem projectual que caracteriza o livro, tornando-se numa das maiores surpresas de todo o livro.

Lugares Próprios – Se a pastelaria semi-industrial portuguesa está presente em todo o território nacional, há porém locais de venda e consumo nacionais de excepção, verdadeiros pontos de referência urbanos e ex-libris das cidades portuguesas. Tendo em conta não a qualidade dos bolos em oferta (que deveria necessariamente ser inquestionável), mas a envolvente arquitectónica, a “patine” histórica, a singularidade dos seus clientes, desafiámos o designer e jornalista Luis Royal para, em todo o território de Portugal Continental, descobrir 10 pastelarias e cafés que fossem dignos do título “lugar próprio”. Os exemplos presentes no livro falam-nos do estado da qualidade do espaço público em Portugal, do profissionalismo de toda uma classe e da preocupação com o conforto do cliente, afinal não tão generalizados no nosso país como gostaríamos.
Doces Recordações – Qual é o nosso bolo favorito de sempre? Que memórias associamos a este bolo, ou a mais bolos, que povoaram a nossa infância? Cinco ilustradores portugueses procuraram no seu passado inspiração para as ilustrações originais – e exclusivas – que criaram para este livro. Dos papéis do Bolo de Arroz de Júlio Dolbeth à pirâmide “da resistência” de Nuno Valério, das tigelinhas de Benedita Feijó ao ambíguo Palmier de Rui Tenreiro, acabado nos cumes de chantilly inexplorado de João Fazenda, as histórias de cada um são tão boas como as ilustrações de todos.

Diáspora – O mais famoso bolo português, o Pastel de Nata, aparece todos os dias nos balcões e mesas de milhares de pesoas em todo o Mundo. De São Paulo a Londres, de Singapura a Maputo, como são as incarnações, os nomes e adulterações deste ícone português para além fronteiras? De igual forma, como explicamos encontrar o Bolo de Arroz em cidades como Antuérpia ou Melbourne, sempre com o mesmo papel que lhe serve de forma, escrito em Português? Através de um pedido à escala mundial de fotografias digitais, recolhidas num grupo criado para o efeito na comunidade online Flickr, quisemos encontrar o maior número de locais fotografados na terra onde estes bolos se vendem, se compram e se comem, e incluímos as melhores fotografias neste livro.
Bolos da Madrugada – Existem vários locais de culto da pastelaria em várias cidades portuguesas que, embora sejam desconhecidos do grande público, recebem todas noites esfomeados clientes à procura de um bolo acabado de fazer. Estas fábricas de bolos encontram-se nos sítios mais improváveis das cidades portuguesas, reunindo ainda a mais extraordinária “fauna urbana”. Perdemos algumas frias noites nesta romaria noctívaga, acompanhados pelo fotógrafo Hugo Teixeira, e pela jornalista Katya Delimbeuf, e registámos alguns dos seus ambientes, comensais e empregados.


Espécies Raras – Por todo o país encontramos bolos que nos surpreendem pelas suas extraordinárias qualidades, quer em termos de dimensão, doçura ou variações inigualáveis. São como espécies raras, que merecem ser catalogadas com particular atenção. Para tal, convidámos a ilustradora Guida Casella, especialista em ilustração arqueológica e científica, para observar – e reproduzir – algumas destas excentricidades pasteleiras.

“Fabrico Próprio – The Design of Semi-Industrial Confectionery” is a 292-page, hardcover book dedicated to Portuguese confectionery and its relation to design. Reflecting the importance of this universe in our culture and society, it is primordially an encyclopaedic record of several specimens of Portuguese daily confectionery cakes photographed and shown close to real scale. This compilation – the first consistent record ever conducted in our country on this kind of food products – is joined by introductory texts, historic notes and also a confectionery glossary. The book also includes perspectives from 23 Portuguese and foreign professionals, which can be found along its pages in the form of three essays and several sections. Photographers, illustrators, architecture and food critics, a chef and an art curator take Portuguese semi-industrial confectionery as a source of inspiration, offering unexpected approaches to this surprising world.
Essays – Architecture critic Ana Vaz Milheiro guides us through a series of “Devoured Houses” and shows us – from Hansel and Gretel’s house to the marzipan creations by Leonardo da Vinci and the failed Casa da Música chocolate miniatures by Pedro Bandeira and André Tavares – the relations between confectionery and Architecture. Contemporary art curator Nuno Sacramento returns to his roots; travelling from Pemba to Ponta do Ouro, he makes a meticulous record of patisseries in Mozambique, as well as the Portuguese cakes he finds in them. David Lops Ramos, journalist and food critic at the Público newspaper, speaks about the history of a nation that surrenders to all things sweet.

Castella de Portugal – Pão de Ló — a spongy, eggy cake made all over Portugal — is also called Pão de Castela, or Bread of Castella. It reached Japan in the 16th century with the first Europeans to have reached the Land of the Rising Sun — the Portuguese. Since then, it is considered in this country as the dearest and most delicious legacy of this encounter of cultures, and is produced and distributed all over the country, in packages both elaborate and alluring. Through the eyes and camera of the young Japanese photographer Namiko Kitaura, we see Castella as a unique link between the two countries and also a fundamental part of Japanese culture and aesthetics.

Bolas de Berlim for All – With or without their custardy cream, Bolas de Berlim (or Berlin Balls, or Berliners) are a fundamental part of many memorable days spent at Portuguese beaches. We want to pay hommage to some of the people we most admire within the national confectionery universe: the Bolas de Berlim sellers. Photographer Pedro Garcia found – and shot – in the coast of the Algarve eight of these brave individuals, who defy the heat, the sun, the hot sand and other obstacles – such as frisbees, craters in the sand hidden by towels and beach tennis balls – to bring us some of the greatest summer pleasures in Portugal.
Special Recipe – Even if cake recipes don’t interest us — because we just don’t bake them at home — there is however someone who is always into researching and experimenting. We have invited the young chef Hugo Nascimento (chef at the Terreiro do Paço restaurant in Lisbon) to pick one of the cakes most loved by the Portuguese and work on it. His “Snail with fruits and superior green tea sorbet”, the only recipe in the whole book, opens the horizons of confectionery to “the new gastronomy” and keeps the project-based approach that characterises the book, becoming one of the most surprising contributions to the project.

Proper Places – If Portuguese semi-industrial confectionery is present in all of our national territory, there are however some exceptional points of sale and consumption. These are today real urban reference points, and also real landmarks in Portuguese towns, not only for the quality of the cakes on offer, but also for their architectonic value, historical patina, or for the singularity of their patrons. We challenged the designer and journalist Luis Royal to, across the continental Portugal, find patisseries and cafés that were worthy of the title “proper place”. The examples found in the book speak to us about the condition of public space in Portugal, about the professionalism of a class and its care for the client’s experience and comfort of each establishment; after all, qualities not so easily found in our country as we would like to admit.

Sweet Memories - Which is our favourite cake ever? What memories do we associate with this cake, or to more cakes, that were such an important part of our childhood? Five Portuguese illustrators looked into their past for inspiration to create original and exclusive illustrations for this book. From the papers in Bolo de Arroz from Júlio Dolbeth to Nuno Valério’s “resistant” Pirâmide, from Benedita Feijó’s “tigelinhas” to the ambiguous Palmier brought by Rui Tenreiro from Mozambique, ending in the unexplored summits of whipped cream by João Fazenda, each of their stories are also as good as their illustrations.
Diaspora – The most famous of the Portuguese cakes, the Pastel de Nata (Custard Tart), shows up everyday in counters and tables of thousands of people all over the World. From São Paulo to London, from Singapore to Maputo, how do all the incarnations, names and adulterations of this Portuguese icon reflect the original delicacy? In the same way, how can we explain the fact we can find the Bolo de Arroz in cities such as Antwerp and Melbourne, always with the same wrapper, written in Portuguese? Through a worldwide call of cake photographs, gathered in a specially created pool on Flickr, we collected images from places around the world where these cakes are sold, bought and eaten, and included some of the best shots in the book.

Cakes at Dawn – There are several Portuguese bakery cult places, unknown to the general public, in most Portuguese towns, where hungry clients gather late into the night in search of a freshly baked cake. These cake factories sell directly to the street and are to be found in the most improbable places of Portuguese cities, attracting the most extraordinary “urban fauna”. We ventured into this world in a few cold winter nights, together with journalist Katya Delimbeuf, and photographer Hugo Teixeira, and met some of the bar hoppers, clubbers, night owls and other characters of this universe, and registered some of its environments, patrons and workers.

Rare Species – Throughout the country we find cakes that surprise us by their extraordinary qualities, either in their size, sweetness or exceptional variations. They are to us like rare species, and deserve to be catalogued with particular attention and care. For that, we invited Guida Casella, a specialist in scientific and archaeologic illustration, to observe – and record – some of these confectionery eccentricities.


Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A viagem de Miguel Torga


“A Viagem de Miguel Torga” de Isabel Maria Fidalgo Mateus

Este livro argumenta a inserção do autor Miguel Torga como escritor de viagens português do século XX, através da análise dos textos chave o romance de artista A Criação do Mundo – Os Seis Primeiros Dias, o romance de formação A Criação do Mundo – Os Dois Primeiros Dias, o roteiro literário Portugal, o Diário, Traço de União e a novela com características picarescas O Senhor Ventura.

Para tal, tomámos em consideração as influências que ele recebeu dos primeiros textos da Literatura de Viagens portuguesa e os contributos da contemporaneidade do Modernismo e do Pós-Modernismo deste género de literatura a nível europeu, bem como da escola Neo-Realista.

Após um estudo comparativo entre a Literatura de Viagens portuguesa e anglo-saxónica, demonstramos que pelo seu contraste é possível posicionar Torga a nível internacional, mas sobretudo no contexto literário inglês, ao lado de escritores que como ele enveredam por uma escrita de intervenção social, essencialmente no período compreendido entre as Duas Grandes Guerras. No âmbito nacional, a sua viagem de assumido carácter militante ganha eco nas obras Manhã Submersa e Vagão “J” de Vergílio Ferreira também abordadas nesta dissertação.

Por fim, podemos assegurar que a Literatura de Viagens em Portugal não termina em finais do século XIX. Pelo contrário, devemos acrescentar que a nova forma de representação escrita da viagem torguiana fez com que o género sobrevivesse no século XX, porque adquiriu novas formas estruturais e temáticas.
 
Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também os títulos “Dar Mundos Ao Coração – Estudos sobre Miguel Torga” organização de Carlos Mendes de Sousa, “Miguel Torga – o simbolismo do espaço telúrico e humanista nos Contos” de Vítor José Gomes Lousada, “Miguel Torga – A Força das Raízes (Um itinerário transmontano)” de M. Hercília Agarez, “O essencial sobre Miguel Torga” de Isabel Vaz Ponce de Leão, “Uma longa viagem com Miguel Torga” de João Céu e Silva, “Miguel Torga: O Lavrador das Letras – Um Percurso Partilhado” de Cristovão de Aguiar]

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A vida em fala divertida


1.2 | A Vida: em fala divertida

Já fui tocador de rabeca
Já estive três anos em Gola*.
Sem ter coroa disse missa
Já sei falar à espanhola.
* [povoação espanhola raiana]

Sem mulheres fui um fadista
Sem arma fui caçador
Sem igreja fui pregador
Sem ser galo tive crista
Sem cantar fui um modista
Sem notas fui um poeta
Sem ter cabeça fui um careca
Sem pensar deitei planos
Antes de nascer três anos.
Fui tocador de rabeca.

Eu calado fazia espalhafato.
Junto de mim não discuto.
Sem lume fumava charuto
Sem nariz cheirei tabaco
Sem corpo rompia fato
Sem grude fazia cola
Sem sapatos rompi sola.
Nasci ao mundo sem mãe.
Sem passar o mar e bem
Estive três anos em Gola.

Fui sábio sem precisão
Fui doutor sem livraria.
Antes de nascer três dias
Fui jogador de pião.
Sem baptismo fui cristão
Sem gosto tive cobiça
Fui diligente na preguiça,
A mentir falei verdade.
Pela minha habilidade
Sem ter coroa disse missa.

A dormir armava bulhas.
Calado armava o fado.
Com os olhos bem fechados
E de noite enfiava agulhas.
Sem lume fazia fagulhas
Sem estudo joguei à bola
Sem dedos toquei viola.
Com realejo inglês
Na Itália fui Francês.
Já sei falar à espanhola.

“O livro de Anacleto Pereira”
Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Prova dos Cinco (sentidos)



 Prova dos Cinco (sentidos)

 na Traga Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real com a enóloga Sandra Sousa.
Propomos cinco eventos de fim-de-semana com carácter lúdico e de aprendizagem com provas de vinhos do Douro e Porto, harmonizar vinho e gastronomia, visitas a adegas de quintas, participação em lagarada na vindima (prova de mosto e uvas), magusto e prova do vinho no S. Martinho.
Indicado para quem quer aprender a provar e para quem quer melhorar as suas aptidões de prova e aprofundar conhecimentos.
Venha por à prova os seus cinco sentidos…
  
Programa

² Primeiro Evento – Lagarada em Cabêda (Lagar de Francisco Barros Carvalho)
(Setembro, num sábado, data a definir dependendo da data da vindima)
21h00 – duração de 3 horas
- Prova de uvas e mosto de diferentes castas;
- Participação na lagarada (entrada no lagar: opcional);
- Ceia.

² Segundo Evento – Curso de Iniciação à Prova (para aprendizagem ou aperfeiçoamento da prova, com vinhos do Douro)
27 de Outubro, sábado, 21h00 – duração de 2 horas
- Noções sobre a cor, aroma, paladar, sensações tácteis e diferenças entre vinhos de diferentes idades;
- Termos usados nas provas; a roda dos aromas;
- Noção de equilíbrio em vinhos;
- Utensílios usados em provas de vinhos;
- Prova e comparação de diferentes vinhos.
Visita a Vinhas da Ciderma, incluindo a secular adega no Lugar da Relva datada de 1874, com a presença da enóloga Mónica Figueiredo
4 de Novembro, domingo, 15h00 – duração de 3 horas.

² Terceiro Evento – Magusto e S. Martinho em Cabêda (Lagar de Francisco Barros Carvalho)
11 de Novembro, domingo, 15h00 – duração de 3 horas
- Magusto;
- Prova do vinho da lagarada.
² Quarto Evento – Curso de Provas Vinhos do Porto
24 de Novembro, sábado, 21h00 – duração de 2 horas
- Conhecer as distintas categorias de Vinho do Porto
- Importância de diferentes tipos de envelhecimento em Vinhos do Porto
- Prova e descrição de Vinhos do Porto.
Visita a Coimbra de Mattos, incluindo um mini-museu situado na adega de Giestas Negras, lagar e armazém do século XVI, com a presença do enólogo Eng.º Luís Sampaio Arnaldo.
25 de Novembro, domingo, 15h00 – duração de 3 horas.

² Quinto Evento – Curso “Harmonizar vinho e gastronomia”
19 de Janeiro, sábado, 21h00 – duração de 2 horas
- Ser capaz de conjugar um tipo de comida com um determinado tipo de vinho;
- Similaridades e contrastes entre vinho e alimentos;
- Prova de alimentos e vinhos enaltecendo ou diminuindo a percepção de sensações e gostos.
Jantar vínico no restaurante Terra de Montanha
26 de Janeiro, sábado, 20h00 – duração de 3 horas.

²

O número mínimo de participantes é 8, sendo o máximo de 12. Os participantes poderão inscrever-se em todos os eventos ou apenas em um e/ou naqueles que mais lhes interessar.

Evento
1.º
2.º
3.º
4.º
5.º
Preço (em euros)
15,00
25,00 + 5,00
15,00
25,00 + 5,00
25,00 + 20,00
Evento 1 – Inclui a ceia e as deslocações, ida e volta.
Evento 2 – O curso inclui além de referências bibliográficas úteis relacionadas com o tema, uma garrafa de Vinho do Douro e um Diploma de Participação. Para a visita, asseguramos as deslocações, ida e volta, a partir de Vila Real.
Evento 3 – Inclui o magusto e as deslocações, ida e volta, a partir de Vila Real.
Evento 4 – O curso inclui além de referências bibliográficas úteis relacionadas com o tema, uma garrafa de Vinho do Porto e um Diploma de Participação. Para a visita, asseguramos as deslocações, ida e volta, a partir de Vila Real.
Evento 5 – O curso inclui além de referências bibliográficas úteis relacionadas com o tema, um frasco de compota ou mel e um Diploma de Participação. O jantar inclui a refeição e uma garrafa de vinho por participante.

O pagamento das inscrições devem ser feitas até 5 dias antes de cada evento e a pré-inscrição pode ser feita desde já!

Poderá haver repetição noutras datas de um ou mais eventos se um grupo mínimo de 8 pessoas assim o desejar – com a excepção da Lagarada e do São Martinho, com datas irrepetíveis...

Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro
Rua Miguel Bombarda, 24 – 26 – 28 em Vila Real
2.ª, 3.ª, 5.ª, 6.ª, Sáb. das 10h00 às 20h00 e 4.ª feira das 14h00 às 23h00

259 103 113 | 935 157 323 | traga.mundos1@gmail.com

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

...injustamente esquecido escritor duriense...


revista “Letras Convida – literatura, cultura e arte” n.º 2, 2.º semestre de 2010

Sinopse
Neste segundo número da Letras ConVida, publicação semestral da responsabilidade do Centro de Literaturas Lusófonas e Europeias (CLEPUL) da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e publicada em parceria com a Gradiva, destacam-se as entrevistas com Zygmunt Baumann, Vasco Graça Moura e Margarida Vale de Gato; um dossier temático sobre o Estado da Arte na última década; um dossier sobre o centenário da República e também uma secção dedicada ao injustamente esquecido escritor duriense João de Araújo Correia. São publicados também neste n.º2 contos inéditos de Patrícia Portela, Afonso Cruz e Fernanda Santos; poemas inéditos de Carlos Frias de Carvalho e Alexandra Antunes; bem como uma “visita” à exposição Lusophonies/Lusofonias organizada pela Galeria Perve.

Autor(es)
O Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias (CLEPUL) pertence à Faculdade de Letras de Lisboa e foi fundado em 1975 por Jacinto do Prado Coelho, professor catedrático da mesma Faculdade, com o nome Centro de Literaturas de Expressão Portuguesa da Universidade de Lisboa. Em Fevereiro de 2010 foi votada em Assembleia a nova designação. Agregando as literaturas e as culturas de Língua Portuguesa, está presentemente organizado em 6 Grupos de Investigação: Literatura e Cultura Portuguesa, Literaturas e Culturas Africanas, Literatura Brasileira e Cultura, Literaturas e Culturas Europeias, Literaturas e Culturas Ibero Eslavas e Brasil-Portugal:Cultura, Literatura, Memória. Acolhemos ainda uma Área de Projectos Autónomos. No CLEPUL trabalham investigadores e professores da Faculdade de Letras, que asseguram a direcção do Centro e a coordenação dos Grupos de Investigação, e outros investigadores doutorados, portugueses e estrangeiros. No Centro enquadram-se também mestrandos e doutorandos da Faculdade de Letras, que, deste modo, por um lado, apuram o domínio de métodos de investigação e, por outro, alargam e aprofundam conhecimentos no sector em que escolheram especializar-se.


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terça-feira, 18 de setembro de 2012

Leitura em mirandês em CD


“L Probe Ancantado / O Pobre Encantado” de Domingos Raposo
eilustraçones de / ilustrações de Vítor Ferreira
edição bilingue Mirandês – Português
inclui um CD com leitura em mirandês e música tradicional

Baliu-le la pena lhuitar por ua bida feliç!....
I quando assi ye, bal la pena tocar i beilar!...
Haba alegrie!!!...

Valeu a pena lutar por uma vida feliz!...
E quando assim acontece, vale a pena tocar e dançar!...
Haja alegria!!!

Sobre o autor: «se trata de l 1.º porsor de mirandés i grande divulgador de la nuossa lhéngua, habendo sido un de ls cordenadores de la Cumbençon Ourtográfica de la Lhéngua Mirandesa i un lhuitador pula sue oufecializaçon. Nunca deixou de lhuitar pula nuossa lhéngua habendo publicado yá astanho l sou purmeiro lhibro “L Probe Ancantado / O Pobre Encantado”. Domingos Raposo ye de Malhadas i ten 60 anhos.» [blogue Froles Mirandesas]
 Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também os títulos an mirandés - alguns bilingues: “Ls Lusíadas” de Luís Vaz de Camões, “L Mais Alto Cantar de Salomon” bersion de Fracisco Niebro, “Mirandés – Stória dua lhéngua i dun pobo” e “Ls Lusíadas” banda zenhada José Ruy, “Calantriç de Nineç” de Rapç de la Rue, “La Mona L Maio” José Francisco João Fernandes, “Tra-los-Montes” de Nuno Neves, “Ua Antologie” de Fernando de Castro Branco, “L Pastor Que Se Metiu de Marineiro” de Faustino Antão e “L Segredo de Peinha Campana” texto Fracisco Niebro dezeinhos Sara Cangueiro]