sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Contos Bárbaros, João de Araújo Correia



“Contos Bárbaros” de João de Araújo Correia
6.ª edição
[fixação do texto da responsabilidade da associação Tertúlia João de Araújo Correia, seguindo a último revisão realizada pelo próprio autor]

"Contos Bárbaros, sobre ser um título, é um universo. Quem quiser conhecer o homem, não vá mais longe: pegue nos Contos Bárbaros e leia as histórias de João de Araújo Correia. Ali verá a velha que sobrevive a si mesma, e volta pontualmente à feira que já não existe, e morre como vivera: numa esquálida solidão de bicho. Ali verá o avô que, cioso do que amorosamente guardara para o neto, o mata, tomando-o, no escuro da noite, por ladrão. Ali verá o viúvo assisado que, depois de criar os filhos, perde a cabeça por uma rapariga. Ali verá a fidalga, modelo de formosura e de bom senso, que vem a casar com o mais desinfeliz dos seus criados. Ali verá o lavrador honrado que, perseguido pelo infortúnio e pelos credores, escolhe com sinistra serenidade a sua própria morte. Ali verá o doutor malcasado que descobre a graça feminina numa camponesa e paga com a morte um irreprimível gesto de ternura. Ali verá, em certo Natal, um Menino Jesus de carne e osso oferecido ao devoto beijo dos fiéis – um recém-nascido abandonado nessa noite sagrada à porta da igreja e logo perfilhado. Ali verá a Rosa desfolhada e murcha, que readquire, porém, novo viço e novo perfume depois de tratada carinhosamente pelo jovem médico, que a mata no momento em que sobrepõe o dever profissional ao sentimento humano. Ali verá enfim, o velho soldado que vive só da medalha que, logo depois da sua morte, é dada como brinquedo a um garoto, que, desaparecido o encanto da novidade, a esquece na lama da rua." João Bigotte Chorão

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[também disponível os títulos: “Nova Freguesia”, “Contos e Novelas I (Contos Bárbaros, Contos Durienses, Terra Ingrata)”, “Contos e Novelas II (Cinza do Lar, Casa Paterna, Caminho de Consortes, Folhas de Xisto)”, “Sem Método – notas sertanejas” e “O Porto do meu tempo”. “O Homem do Douro nos contos de João de Araújo Correia” de Altino Moreira Cardoso e “à conversa com João de Araújo Correia” de José Braga-Amaral. Letras Com Vida – literatura, cultura e arte, n.º 2, 2.º semestre de 2010 dossiê escritor “João de Araújo Correia” coordenação de António José Borges. Revista “Geia” n.º 1 (Dezembro 2009), n.º 2 (Dezembro 2011) e n.º 3 (Setembro 2013), edição da Tertúlia de João de Araújo Correia – recordamos que também disponibilizamos a ficha de adesão à Tertúlia de João de Araújo Correia]

2 comentários:

  1. Um grande escritor, dos maiores da nossa língua. Mas faça-se um inquérito significativo aos professores de secundário, a ver quem o conhece ao menos de nome. Já nem se pergunte quem o lê. Vale a pena visitar a biblioteca de J. de A. Correia que se encontra na Biblioteca Municipal da Régua, vale a pena ver o que lia.

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  2. Referia-me aos professores de Português...

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