FEIRA do LIVRO do
PORTO 2020
livraria
traga_mundos: há 7 anos presente com stand...
«Música e pandemia
combinam com os livros da sétima edição da Feira do Livro do Porto, que se
realizará sob e sobre a pandemia. “A voz poética no feminino" vai ser
homenageada na abertura ao público - entre os dias 28 de agosto e 13 de
setembro - dos jardins do Palácio de Cristal e do Pavilhão Rosa Mota
Depois da “deriva”,
pode vir o questionamento. O que fazer com uma Feira do Livro quando se pisam
tempos pandémicos? Pode-se torná-la invisível ou escrever uma carta com ela,
como fez Maria de Sousa antes de morrer vítima de covid-19 com “Carta de Amor
numa Pandemia Vírica”, e, como escreveu Andreia C. Faria, levar a “Alegria para
o fim do mundo”.
Com medidas de
precaução no bolso, a Câmara do Porto optou por um percurso difícil: enfrentar
a pandemia "homenageando a voz poética no feminino" e, assim, reabrir
ao público - entre os dias 28 de agosto e 13 de setembro - os jardins do
Palácio de Cristal e o Pavilhão Rosa Mota, que há tão pouco tempo serviu de
hospital de campanha na cidade.
A visita aos planos
traçados para a sétima edição com organização autárquica da Feira do Livro do
Porto é iniciada à “deriva” pelos jardins do Palácio e com poesia de Leonor de
Almeida. Jornalista e publicista - “mas também enfermeira, visitadora de
higiene, dona de um salão de beleza, fisioterapeuta, escritora” - e ainda pouco
reconhecida no circuito literário, esta mulher nascida no Porto em 1909 é uma
das homenageadas, a par com a a imunologista e escritora Maria de Sousa,
falecida este ano vítima de covid-19.
"O que
procurámos, dadas as circunstâncias, foi a diversificação de espaços e a
programação de atividades simultâneas”, começa por explicar o presidente da
autarquia, Rui Moreira. O objetivo é que os eventos “permitam uma maior
abrangência de público e, ao mesmo tempo, garantam as condições de
segurança". E por isso o evento estende-se este ano até à Casa do
Roseiral, onde diariamente, ao pôr do sol, haverá Concertos de Bolso e
Concertos Porta Jazz.
No auditório
Almeida Garrett acontecerá a programação de cinema, com um ciclo dedicado à
artista e realizadora Lynn Hershman e no Pavilhão Rosa Mota vai ocorrer uma
sessão especial das Quintas de Leitura que dará voz a 30 poetas mulheres,
“vozes certeiras” - chama-lhes a equipa de programação liderada por Nuno Faria
- como Filipa Leal e Natália Freire.
PELA PRIMEIRA VEZ E
POR VIA DOS PLANOS DE CONTINGÊNCIA, A ENTRADA DEIXA DE SER LIVRE
De 1820 a 2020, há um intervalo
de 200 anos sobre a revolução liberal do Porto. A Feira do Livro da cidade
também se debruçará sobre “noções dadas como adquiridas” que agora voltam a ser
questionadas, em Conversas Situadas às sextas e sábados em que duas figuras
fazem o contraponto entre 1820 e 2020 em aspetos como Liberdade e Censura,
Igualdades e Liberdades, Mulher e Homem.
Na sua sétima
edição, a Feira do Livro terá 119 stands de livros, representando 80 entidades,
de editoras a alfarrabistas, e mais 25 mil euros em relação ao ano anterior - o
que representa um investimento de 125 mil euros por parte da autarquia. Inês
Lourenço e Andreia C. Faria são as duas escritoras residentes e em residência
na feira deste ano, que terá como concerto de encerramento um espetáculo a quatro
mãos, de Mário Laginha e Pedro Burmester.
Dadas as restrições
à proximidade física, haverá um máximo de visitantes, “cerca de 3.500 pessoas”,
avança Rui Moreira, e, por isso, "muitas atividades serão transmitidas
através da rádio".
A Avenida das
Tílias, onde estarão estacionados os stands, terá uma definição
"clara" dos acessos de entrada e saída, com um reforço de sinalética
e fracos com álcool gel, promovidos como os meios de pagamento sem contacto.
São as condições para que, em breve, também a possamos ver revestida de livros.
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