aconteceu há 1
ano... [inundação da cave da livraria traga_mundos]
o meu desabafo foi
pronto, espontâneo, sentido – como um grito de dôr! (*)
em resposta, surgiu
um movimento solidário, também pronto, espontâneo, sentido – inolvidável! ficamos,
eu e a traga_mundos, imensamente gratos!
[foi quando
sentimos que provavelmente a traga_mundos poderia ser afinal de mais gente,
clientes e amig@s. como já acontecem eventos periódicos em que basta pegarem na
chave, abrirem o espaço e concretizarem – sem o livreiro estar presente...]
da reunião
organizada e protagonizada por tantos amig@s, com propostas e ofertas de apoio,
fica a recordação de uma voz anónima, repetir: “comprem livros...”
organizou-se um
grupo de ajuda para trabalho braçal: retirar tudo da cave. o que nos permitiu
enxugar e limpar o espaço. foi o empréstimo de aparelho desumidificadores e a
oferta de paletes de madeira para cobrir o chão. de novo, organizou-se novo
grupo para trabalho braçal: para repor na cave apenas a parte dos livros e
material que se salvou, sem estragos... [eternamente gratos!]
ficou aquela voz a
ressoar: “comprem livros...”
o tempo – esse
inexorável Tempo – foi passando... [outros acontecimento muito mais trágicos
foram acontecendo em Portugal e no Mundo: os incêndios no interior,
adolescentes presos numa gruta, inundações em Moçambique, etc...]
a Seguradora, num
processo demorado e burocrático, pagou cerca de 60% do que pudemos declarar –
ou seja, do que tinha facturas. muito outro material, como cartazes, folhetos,
publicações, livros oferecidos, desenhos, etc, não puderam ser contabilizados –
foi um prejuízo que ainda hoje, e de futuro, continuamos a tentar recuperar,
como mais um pesado encargo...
não tem sido fácil!
como nunca foi fácil... [como sei que no dia-a-dia nunca é fácil para qualquer
dos livreiros actuais manterem as suas livrarias e alfarrabistas,
independentes...]
fica aquela voz a
ressoar: “COMPREM LIVROS...”
antónio alberto
alves
26 de Junho de 2019
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