segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Diário de João de Araújo Correia


“Manta de Farrapos” de João de Araújo Correia

«É um diário sentimental o conteúdo destas páginas de João de Araújo Correia, mas um diário sentimental em que a vida lateja, linha após linha, página que segue outra página.
Não se esquece Araújo Correia do amor que devemos à nossa língua; dos elos que nos ligam ao Brasil, da paisagem humana e geográfica do nosso nordeste.
Em tudo isto está o criador de ficção; mas está também o artista, a sensibilidade do duriense a descobrir no dia a dia dos seus olhos rasgados os motivos de renovação da sua literatura, da sua presença literária, do seu estilo, dos seus contactos com os entes seus semelhantes. Ponto de encontro entre o passado e o presente Araújo Correia relembra os grandes do seu sítio, do seu regionalismo universalista – sejam eles os médicos, os romancistas como Camilo ou os narradores seus mestres e seus iguais, como Trindade Coelho. O volume Manta de Farrapos é tão fora do comum e o seu estilo é tão permeável ao diálogo que, mal ele se encontra lido, logo dá vontade de se voltar ao princípio. A lição larga que de ele se colhe fica amplamente documentada nesse desejo, um desejo que se espraia por mais de duas centenas de páginas.
É esta a originalidade de Manta de Farrapos que quase dá vontade de classificar como manta de brocado.» Amândio César

João de Araújo Correia nasceu no primeiro dia do ano de 1899, em Canelas do Douro. Frequentou a escola primária na Régua. No liceu de Vila Real fez exame de Francês e Inglês. Para prosseguir os estudos, partiu para o Porto e aí frequentou a Escola Académica antes de ingressar na Faculdade de Medicina. Devido a doença, teve de interromper o curso, que concluiu apenas seis anos mais tarde. Aproveitou a convalescença para ler e escrever, para se cultivar e reflectir. Nesse período, iniciou a sua colaboração na imprensa regional. Em 1922, casou com Maria da Luz de Matos Silva, de quem teve cinco filhos. Fixou-se na Régua. Em 1935, fundou, com dois amigos, a Imprensa do Douro, que publicou quase todos os livros do escritor. A sua verdadeira estreia literária foi em 1938, com Sem Método. Médico a tempo inteiro e escritor de “horas mortas”, João de Araújo Correia desenvolveu, contudo, uma intensa actividade literária, publicando com regularidade contos, crónicas, ensaios, sem esquecer a colaboração na imprensa regional e nacional. Em 1969, foi-lhe atribuído o Prémio Nacional de Novelística. Morreu a 31 de Dezembro de 1986 e foi sepultado em Canelas do Douro.

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também disponível os títulos: “Pátria Pequena”, “Palavras Fora da Boca”, “Pontos Finais”, “Nova Freguesia”, “Depoimento de João Semana Sobre a Vida Clínica de Aldeia”; “Contos e Novelas I (Contos Bárbaros, Contos Durienses, Terra Ingrata)”, “Contos e Novelas II (Cinza do Lar, Casa Paterna, Caminho de Consortes, Folhas de Xisto)”, “Sem Método – notas sertanejas”, “Contos Bárbaros”, “O Porto do meu tempo”. “Perfil Literário de João de Araújo Correia” de Cruz Malpique, “O Homem do Douro nos contos de João de Araújo Correia” de Altino Moreira Cardoso, “João de Araújo Correia – Cronista das Gentes do Douro” de Manuel Joaquim Martins de Freitas (vencedor do Prémio Literário A. Lopes de Oliveira / CMF). “à conversa com João de Araújo Correia” de José Braga-Amaral. “Papagaios de Papel – Leitura de um conto de João de Araújo Correia” de Maria da Assunção Anes Morais. “Letras Com Vida – literatura, cultura e arte”, n.º 2, 2.º semestre de 2010 dossiê escritor “João de Araújo Correia” coordenação de António José Borges. Revista “Geia” n.º 1 (Dezembro 2009), n.º 2 (Dezembro 2011) e n.º 3 (Setembro 2013), edição da Tertúlia de João de Araújo Correia – recordamos que também disponibilizamos a ficha de adesão à Tertúlia de João de Araújo Correia]

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