Na rua, mesmo rente a uma casa, havia um papelinho rasgado de um livro a que ninguém prestava atenção. Ora, durante a noite, começou a ganhar raízes e a crescer com a frescura e cor de uma papoila em cujas pétalas se podia ler, mas ninguém lia: poemas. Ao outro dia o empregado da Câmara ía varrer aquilo para o lixo. Uma criança, porém, antecipou-se e levou a flor consigo. Ao chegar à Escola, reparou que tinha um livro na mão!
António Cabral, “Ouve-se Um Rumor”
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