sexta-feira, 31 de julho de 2015

Exposição de desenho, colagem e poesia


“horas azuis” exposição de desenho, colagem e poesia
por Gil Machado
inauguração: dia 7 de Agosto de 2015 (sexta-feira), pelas 21h00
exposição: de 1 a 31 de Agosto de 2015
na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro, em Vila Real


HORAS AZUIS

Nas horas azuis o sol ainda não chegou, ou acabou de se esconder.
Os seres humanos confundem luz com sombra e tocam-se em segredo, enquanto se abrigam do frio ou imaginam o que fazer quando alcançarem o mar.

Nas horas azuis o dia é uma promessa ou já quase uma memória.
As linhas ondulam nas folhas de papel como se existissem sozinhas. As imagens ganham a tonalidade aquática do lume, para mudarem e descobrirem em si outras cores, à medida que o dia caminha.

“Horas azuis” é apenas o nome do enorme esboço de um sonho.


GIL MACHADO

Nasceu em Vila Real de Trás-os-Montes em 1988. Desde então tenta, sempre sem sucesso, entender o que faz aqui. Mesmo assim vai fazendo algumas coisas. É arquitecto pela FAUP, actor nos tempos livres e gosta de fazer desenhos e escrever coisas sem sentido. Diz que qualquer dia muda de cidade. Tem um gosto especial por quartos com muitos livros ou florestas bem escuras.

SENHOR BALÃO

Não se sabe bem se tem forma de gente. Vive no espaço que vai da meia noite às duas da manhã, numa casa cheia de estrelas cujo telhado deixa passar a chuva. O corredor que vai da sala ao quarto é uma floresta escura com cheiro a musgo e a orvalho. É frequente ouvirmo-lo derrubar, sem querer, eucaliptos e os objectos que vai colecionando. Quando há muita luz, ou se nos distrairmos, simplesmente desaparece.



António Alberto Alves
Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro
Rua Miguel Bombarda, 24 – 26 – 28 em Vila Real
2.ª, 3.ª, 5.ª, 6.ª, Sáb. das 10h00 às 20h00 e 4.ª feira das 14h00 às 23h00

Próximos eventos:
- de 1 a 31 de Agosto de 2015: montras de exposição / destaque de autores de e sobre Trás-os-Montes e Alto Douro, iniciativa do Encontro Livreiro de Trás-os-Montes e Alto Douro, na Traga-Mundos em Vila Real;
- dias 14, 15 e 16 de Agosto de 2015: participação com uma banca de livros, mais algumas coisas e loisas, na 14.º edição da Feira do Mel e do Artesanato, em Pedras Salgadas;
- dia 22 de Agosto de 2015, pelas 21h00: apresentação do livro “O Charco – Uma Família Com História” de Luís Castelo, orador convidado: Henrique Morgado, na Traga-Mundos em Vila Real;
- de 04 a 20 de Setembro de 2014: stand da livraria Traga-Mundos na Feira do Livro do Porto 2015.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Antologia de Autoras Transmontanas

“Por Longos Dias, Longos Anos, Fui Silêncio – Uma Breve Antologia de Autoras Transmontanas” organização de Hercília Agarez e Isabel Alves

«Em suma, esta antologia serve sobretudo para nos regozijarmos com Fui Silencio a reunião destas vozes. Que, em conjunto, elas possam contrariar a história que caracterizou as vidas de tantas das mulheres transmontanas, essa que Fracisco Niebro traduz nos seguintes versos: “ – não precisavam as mulheres de aprender a ler,/ pois os livros não tiravam a fome, não ganhavam/ jeira, nem levavam irmãos mais novos às/ cavalitas; (…) / – escola era aprender a cavar, a lavrar, a mondar,/ a ceifar, a cozer pão, a fiar, a fazer meia, ir em/ busca de lenha pelo monte...” 
A referência a Amadeu Ferreira (1950-2015), aqui sob o pseudónimo de Fracisco Niebro, torna-se imperiosa, pois foi ele quem, num primeiro momento, mais desejou esta antologia. Também uma palavra de especial carinho a Graça Morais que prontamente cedeu uma imagem para a capa – a representação de uma mulher – que, e parafraseando a artista, bem pode ser a figuração de uma árvore forte, cheia de raízes e dotada de uma grande energia. Que o grande silêncio de que fala o título desta antologia se transforme em amplo som – reverberação das vozes que aqui vos apresentamos.» Hercília Agarez e Isabel Alves, da Introdução

«Com este projecto, a Academia pretende ir ao encontro da literatura transmontana, da poesia, da arte e da investigação (neste caso, produzidas por mulheres); estamos a prosseguir as finalidades que presidiram à criação da nossa instituição: a valorização e a promoção das duas línguas do nosso País porque uma delas, o Mirandês, é no território transmontano que vive e floresce agora, mais do que nunca. Este desígnio ficou formalmente expresso na Introdução da obra, pelas suas coordenadoras: “embora se apresente como uma antologia ligada a uma região concreta de Portugal — Trás-os-Montes e Alto Douro—, tentou cultivar-se um olhar abrangente do ponto de vista geográfico, cultural e linguístico. Daí, por exemplo, alguns dos textos surgirem em mirandês” – a prova provada da nossa riqueza linguística e literária» António Tiza, Prefácio. 

As autoras: Adelaide Monteiro, Alcina Pires, Ana da Conceição Bernardo — pseudónimo Ana Bárbara de Santo António, Ana Ribeiro, Bina Cangueiro ye Piçporra i Ribeirinha, Cremilde da Conceição Esteves Alonso, Eduarda Chiote,  Graça Morais, Guida Nunes, Isabel M Fernandes Alves, Isabel Mateus, Lara de Leon, Laura Mónica Bessa-Luís, Lucília da Glória Verdelho da Costa Ladoucette, Luísa Dacosta, Maria da Assunção Anes Morais, Maria da Assunção F. Morais, Maria da Conceição Martins Pacheco, Maria Hercília Agarez de Campos Marques, Maria José Corrêa Pinto, Maria José Quintela Claro da Fonseca, Maria Júlia Ferreira Barros Guarda Ribeiro, Marília Miranda Lopes, Paula Salema, Raquel Serejo Martins, Regina dos Santos Sousa Gouveia, Teresa Almeida Subtil, Virgínia do Carmo.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...
[também disponível as seguintes antologias transmontanas: “A Terra de Duas Línguas II – Antologia de Autores Transmontanos” coordenação Ernesto Rodrigues e Amadeu Ferreira, “Vozes do Douro – Antologia de Textos Durienses”, “Palavras Que o Douro Tece – antologia de textos durienses contemporâneos” organização e coordenação José Braga-Amaral, “Vozes do Douro – Tomo II – Antologia de Textos Durienses”]


quarta-feira, 29 de julho de 2015

Sultão - o burro de Miranda


“Sultão – O Burreco Que Veio de Miranda” de Isabel Maria Fidalgo Mateus, ilustrações de Cristina Borges Rocha

Nesta narrativa a autora traça explicitamente um percurso de revalorização e de reinvenção de um mundo rural, no qual o desempenho da espécie asinina (quase) em vias de extinção é fundamental. Aliás, a Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA) considera que “Esta novela não é só uma estória: pouco tem de inverosímil e as peripécias que relata não dizem respeito apenas ao Sultão. Antes, cabem na vida do protagonista as histórias dos muitos burros que povoam e povoaram Trás-­os-­Montes nas últimas décadas, Burros de Miranda ou não. De companheiros de lavoura a fardos dispensáveis, tornou-­se premente a procura de novas funções que justificassem a sua existência e garantissem o seu bem­-estar. O reconhecimento da importância do seu papel no turismo, na educação ambiental e cívica ou na terapia assistida foi sem dúvida um grande passo. Mas o caminho para a sua dignificação ainda é longo”. Na verdade, o último capítulo da novela intitulado “O regresso ao Palheiro do Sultão” é a porta aberta para essa “dignificação” de que dá conta a AEPGA, porque se trata afinal do que corresponde na realidade atual ao Centro de Acolhimento do Burro de Pena Branca, Miranda. Em suma, este episódio retrata o final de um ciclo de vida que se (re)inicia no Centro de Valorização do Burro de Miranda, em Atenor, ou na loja de qualquer criador devidamente preparado e responsável.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...
[também disponível da autora os títulos: “O Trigo dos Pardais”, “Outros Contos da Montanha”, “Contos do Portugal Rural / Tales of Rural Portugal” introduction and translation by Patricia Anne Odber de Baubeta, “A Terra do Chiculate – relatos da emigração portuguesa”, “Farrusco – Um Cão de Gado Transmontano” ilustrações de Cristina Borges Rocha, “A Viagem de Miguel Torga”, “A Terra da Rainha – Retratos Portugueses no Reino Unido” “Contos do Portugal Rural” edição bilingue: português / chinês, tradução do curso de Mestrado de Tradução de Chinês / Português do Departamento de Português da Universidade de Macau; “A Terra de Duas Línguas – II – Antologia de Autores Transmontanos” e “Por Longos Dias, Longos Anos, Fui Silêncio – Uma Breve Antologia de Autoras Transmontanas”]

terça-feira, 28 de julho de 2015

A Linha do Vale do Sabor


“A Linha do Vale do Sabor – Um Caminho-de-Ferro Raiano do Pocinho a Zamora”
coordenação Carlos d’Abreu

«Este livro surge da decisão de trazermos ao “lado republicano” da Península Ibérica, o “PAN – Festival Transfronteiriço de Poesia, Património e Arte de Vanguarda”, que este ano terá a sua 13.ª edição consecutiva em Morille (Salamanca) e a 1.ª em Carviçais (Torre de Moncorvo). Facto só possível, graças de à sua organização se haver agregado o nosso conterrâneo e antigo condiscípulo do Liceu de Moncorvo, António Manuel Lopes, Oficial Superior do Exército Português na reserva e agora Editor, para além de Escritor com o pseudónimo de António Sá Gué. Sem ele, não teria sido possível abalançarmo-nos nesta aventura. Juntos congregámos esforços e vontades, reunimos amigos, conterrâneos e também três autarcas – o Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, o Alcalde do Ayuntamiento de Morille e o Presidente da Junta de Freguesia de Carviçais.
Será talvez despeciendo referir o programa do mencionado festival, porque este livro será durante a sua realização publicamente apresentado, tanto em Morille como em Carviçais. Contudo sempre diremos que, paralelamente, teremos várias exposições e outras colaborações, nomeadamente: uma exposição que pretende contar o passado, o presente e o futuro, que para ela queremos; duas exposições de fotografia, uma sobre a ferrovia em geral e outra relativa à sua obra-de-arte mais famosa, a ponte do Pocinho; um vídeo relativo à última viagem sobre carris; uma exposição de pintura a aguarela de temática ferroviária; um diaporama de fotografias antigas; um recital poético-ferroviário e animação musical.


Sendo Carviçais atravessada por um caminho-de-ferro – a Linha do Vale do Sabor –, fácil foi achar o mote para a secção do Património do PAN de 2015. Além do mais as questões ferroviárias, mormente raianas, são tema de nosso especial agrado e às quais vimos dedicando parte da nossa investigação, a maioria dela em parceria com o nosso velho amigo Emilio Rivas Calvo.
Bastar-nos-iam (talvez) os nossos trabalhos publicados em actas de congressos ou revistas de ciência e cultura, para agenciar material suficiente que desse corpo a um livro. Não obstante, preferimos fazer dele um trabalho colectivo, que incluísse colegas de outras áreas científicas. Mas não ficámos por aí, abrimo-lo também aos ficcionistas, aos poetas e aos artistas, pois o Caminho-de-Ferro, desde que começou a ser inaugurado, passou a ser tema transversal à sociedade, por ser símbolo de Progresso, em Portugal e no resto do Mundo.
Consequentemente, trouxemos para este livro, não só os éditos que nos pareceram mais elucidativos e andavam dispersos, como a participação original de vários Amigos, em todas essas áreas.
Quando se começou a aproximar a passagem do centenário da inauguração ao público da sua primeira secção – do Pocinho a Carviçais (1911-2011) –, o assunto foi tema para algumas das nossas intervenções na Assembleia Municipal de Torre de Moncorvo, lembrando nelas a necessidade de prepararmos condignamente essa efeméride, até para chamar a atenção do seu estado de completo abandono e necessidade da sua recuperação e reactivação, pois ele continua hoje, assim como no século XIX, a ser imprescindível ao desenvolvimento desta Região. Desgraçadamente, os mercenários do Poder Autárquico de então, nada queriam com o que pudesse beliscar os interesses dos amos e, a efeméride passou em branco.
Mas chegou agora o momento, não já a tempo de lembrarmos o centenário, mas de comemorarmos o 104.º aniversário (da primeira inauguração) e o 34.º do seu abandono (enquanto transportadora de passageiros).


É este livro dedicado, como atrás tiveram oportunidade de verificar, a muita gente, pois o Caminho-de-Ferro, este e todos os outros, é e será, Obra de muitos e de sucessivas gerações.
Dedicámo-lo em jeito de homenagem póstuma, a todos aqueles que sonharam um Caminho-de-Ferro para a Região, os que o idealizaram, os que o projectaram e os que o construíram (sob condições tão difíceis nesta áspera orografia). Mas nessa homenagem tivemos de incluir dois conterrâneos e Amigos, para tristeza nossa: Amadeu Ferreira, o grande obreiro da Língua Mirandesa – que a morte já não permitiu que nele participasse apesar de ainda convidado – e Leandro Vale, o director do Teatro em Movimento, que levou esse género artístico, durante 40 anos, aos locais mais recônditos do NE português. Mas este, ainda teve oportunidade de connosco rever uma sua peça, na qual chama a atenção para o declínio da ferrovia na nossa Região.
Nesta homenagem, não esquecemos os que ainda hoje acreditam na viabilidade da sua reconstrução, reabertura, conclusão até Miranda do Douro e sua continuação até Zamora – por ter sido essa a ideia inicial de quem foi incumbido de o projectar – para se conectar ao AVE (Comboio de Alta Velocidade), que dentro em breve passará por essa cidade do Baixo Douro.


Será correcto lembrar que, estando a freguesia de Carviçais indelevelmente ligada à Linha do Vale do Sabor, quando os inimigos da Região venderam a um sucateiro correlegionário (todos eles hoje a contas com a Justiça), os carris e demais material ferrífero, os carviçaleiros juntaram-se e compraram o depósito metálico elevado de abastecimento de àgua às locomotivas, junto da estação – a anunciá-la aos passageiros com CARVIÇAIS em grandes letras – hoje o único vestígio deste caminho-de-ferro, para além dos imóveis degradados.
É este um livro completamente integrado na cultura da região onde se insere esta Freguesia, porquanto contém textos nas três Línguas: a Portuguesa, a Castelhana e a Mirandesa, que o mesmo será dizer, na Leonesa Ocidental.
Resta-nos agradecer a todos que nele colaboraram, incluindo os colegas da organização do PAN, não olvidando uma referência, à freixenista Odete Comenda e à loiseira Paula Machado, representantes da associação CARAVA Ibérica de Cooperação, por todo o apoio moral e material a este projecto, bem como, na fase final, ao jovem quinteiro-quebradense Carlos Manuel Ferreira.» Carlos d’Abreu, Prefácio

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...


segunda-feira, 27 de julho de 2015

Inverno mágico - ritos e mistérios transmontanos


“Inverno Mágico – Ritos e Mistérios Transmontanos” Volume I e II de António Pinelo Tiza

«(…) este Inverno Mágico de António Pinelo Tiza vem colmatar da melhor forma um vazio que existia no estudo e divulgação de todo o conjunto de rituais do Nordeste Transmontano no ciclo invernal. É, efectivamente, um trabalho notável fruto de um labor dedicado de muitos anos. Neste trabalho de António Tiza impressiona a quantidade (e singularidade) de festividades cíclicas que se realizam nesta região portuguesa no período que vai desde o dia 1 de Novembro (antiga festa de Samain dos celtas) até ao período do Carnaval.

Inverno Mágico – Volume I 
Tempo e espaço são dois elementos essenciais a qualquer estudo antropológico ou etnográfico.
Neste contexto, os ritos festivos do Inverno Mágico – Volume I acontecem no tempo cíclico da estação que, no espaço da Terra Fria do Nordeste Transmontano, se inicia no mês dos Santos e se prolonga até aos alvores da Primavera. São ritos de culto aos mortos, festas solsticiais herdeiras das antigas Saturnais, ritos de passagem de uma a outra idade na vida dos jovens iniciados, mascaradas de esoterismo espontâneo e funcional, festas da fertilidade ou de culto ao pão, bacanais das Calendas de Janeiro, libações, comidas comunitárias e celebrações dos prolegómenos da tão ansiada Primavera, com a ritualidade que a práxis cristã e medieval determinam e que ciclicamente se cumpre.
Por tudo isto, é justamente este o mais emblemático ciclo festivo deste “reino maravilhoso”. O clima rigoroso, as neves e geadas de rachar, as terras de montanha e de povoamento concentrado forçam o aconchego do lar e o convívio comunitário, carregado de ritos ancestrais de uma magia tão profunda que só aquele que os vivencia os poderá assimilar em toda a sua plenitude. O autor deste livro, sendo um filho desta terra, aprofundou o conhecimento destes rituais através do método que os antropólogos designam de investigação-acção, ao longo de três décadas de vivências conjuntas com aquelas comunidades que teimam em manter vigentes estas tradições milenares.

Inverno Mágico – Volume II
No decurso da década seguinte à publicação do Inverno Mágico, foi o autor constatando que “outros ritos e mistérios” persistiam em celebrar-se com força e vigor. Sentiu, pois, que muito havia para fazer/pesquisar. Da continuação dos trabalhos de campo resultou uma reflexão sobre o evoluir da práxis decorrente da contemporaneidade, constatada nas novas tecnologias da comunicação, da revitalização de celebrações perdidas ou da introdução de encenações que, embora radicados na tradição, se orientam agora para a inevitável “turistização”.
Rituais perdidos que renasceram ou que ganharam uma dimensão nunca sonhada, adequação de celebrações festivas à modernidade, reconstrução de ritos de inspiração antiga, de tudo um pouco ocorreu nesta década do pós-Inverno Mágico. O aprofundamento dos ritos “esquecidos” no primeiro volume é neste uma constante, a par de algumas revelações. Era inevitável que assim fosse; num território tão vasto e tão rico, nem tudo era possível conhecer e muito menos aprofundar; a sua coincidência no tempo cíclico exige mais tempo para a todos acorrer; provavelmente, este processo de reconhecimento não terminou. Assim, os ritos de entrada na estação escura consolidam os anteriores da lenha dos Santos, acrescidos das celebrações do vinho novo; outras festas solsticiais (antes adormecidas) renasceram e as mesinhas do milagroso e mártir Sebastião ganharam agora um vigor nunca antes visto. Como consequência destes fenómenos, o presente Inverno Mágico alargou o seu âmbito espacial a uma boa parte do território de Trás-os-Montes; o seu tempo cíclico prolongou-se até à Semana Santa que, sendo movediça, se celebra ainda no Inverno (o transmontano) que neste “reino”, é de “nove meses”. E, acima de tudo, mágico.

António Pinelo Tiza é natural de Varge, Bragança. Estudou Teologia em Bragança e Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, tendo concluído a licenciatura. Defendeu a tese de doutoramento em Ciências Sociais na Universidade de Valladolid, com a classificação de “Sobresaliente cum laude”. Foi professor do ensino básico, secundário e superior.
Foi Presidente da Região de Turismo do Nordeste Transmontano (1998-2002). Actualmente desempenha as funções de Presidente da Direcção da Academia Ibérica da Máscara e Vice-Presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes. É membro da Associação Portuguesa de Escritores. 

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[também disponível do autor o título: “O Diabo e as Cinzas”]

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Receitas silvestres: 28 receitas vegetarianas


“Receitas Silvestres – 28 receitas vegetarianas”
escrito, ilustrado, encadernado por
Rita Roquette e David Michael Callson

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...
[também disponível dos autores o título: “Guia Artesanal de Plantas Selvagens – usos culinários, medicinais, hortícolas e artesanais”]


quinta-feira, 23 de julho de 2015

Diário de Guerra (1917-1918)" de João Pina de Morais


"A Quem Encontrar Este Livro… Diário de Guerra (1917-1918)" de João Pina de Morais


«O relato inédito do soldado João Pina de Morais, que participou na I Grande Guerra (1914-18) é revelado pela primeira vez, numa obra organizada por João Sequeira Rodrigues.

O manuscrito encontrava-se num cofre na Casa das Quintãs, no concelho de Baião, no Douro Litoral, e permaneceu inédito por vontade do autor, disse à Lusa fonte editorial.
O escritor Pina de Morais abordou o quotidiano da I Grande Guerra no romance "Ao parapeito", publicado em 1919, dois anos depois da sua estreia literária com "Ânfora partida". O cenário da I Guerra marcou ainda o seu terceiro livro, "O Soldado - Saudade na Grande Guerra", publicado em 1921.
Segundo o organizador da obra, o diário foi escrito por Pina de Morais entre abril de 1917 e junho de 1918, "atravessando a totalidade da presença do jovem oficial no Corpo Expedicionário Português, nos campos da Flandres [Bélgica], durante a I Guerra Mundial", que findou a 11 de novembro de 1918.
O Diário destinava-se a Lídia da Assunção Monteiro, "com quem o jovem oficial veio a casar-se em finais de novembro de 1923".
"Foi por indicação de uma amiga de Lídia Monteiro, que se chegou ao cofre", afirma o organizador, segundo o qual "era vontade do casal que este testemunho, dado o seu caráter intimista, apenas viesse a ser publicado após a morte de ambos". João Pina de Morais, que foi discípulo da corrente literária Renascença Portuguesa, morreu em 1953, e a mulher, Lídia Monteiro, em 1998.
Sequeira Rodrigues, realça o papel de Lídia Monteiro, que foi "fulcral no atribulado percurso biográfico de Pina de Morais, assegurando a estabilidade familiar possível nos períodos de exílio e ostracismo que o político e escritor sofreu, em consequência da sua luta em defesa dos ideais da República e da democracia".
João Luís Sequeira Rodrigues afirma que, com a publicação do Diário, pretende "dar mais um contributo para o conhecimento da vida e obra de Pina Morais, bem como das condições que envolveram a participação do Corpo Expedicionário Português na guerra das trincheiras".
"O título atribuído, retirado do pedido expresso pelo autor na abertura deste diário, tem como objetivo convocar à leitura todos aqueles que com ele se cruzarem, não no fundo de uma trincheira, como pressagiava Pina de Morais, mas no escaparate de uma livraria", explica Sequeira Rodrigues.
No seu entender, fica-se "a conhecer o drama de amor e de guerra de um dos mais generosos soldados das tropas portuguesas".

João Luís Sequeira Rodrigues, 49 anos, é licenciado em Filosofia, pela Faculdade de Filosofia da Universidade Católica Portuguesa de Braga, e mestre em Cultura Portuguesa, pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
É autor, entre outras, das obras "João Pina de Morais: Vida, pensamento e obra", "Pina de Morais -- Crónicas no Jornal de Notícias (1942-1950)" e "Viajar com... Pina de Morais", tendo coordenado a publicação da Obra Poética de Aires Torres. Atualmente dirige o Espaço Miguel Torga, em São Martinho de Anta, no concelho de Sabrosa.


O escritor e político João Pina de Morais estudou na Academia Politécnica do Porto, foi amigo do filósofo Leonardo Coimbra, e incorporado no regimento de Vila Real. Depois da I Grande Guerra, lutou contra as investidas monárquicas de Paiva Couceiro.
Em 1922 foi eleito deputado e, dois anos depois, aderiu ao Partido Republicano Português, do qual foi expulso por incompatibilidades políticas. Após o golpe militar do general Gomes da Costa, em 1926, fez parte da oposição, pelo que se exilou entre 1927 e 1932. Regressado a Portugal, não publicou durante cerca de 20 anos.
"Ânfora partida" (1917), "Ao parapeito" (1919), "O soldado Saudade na Grande Guerra" (1921), "A paixão do maestro" (1922) são algumas das suas obras, a que se seguiram "Sangue plebeu" (1942) e "Vidas e sombras" (1949).
Escreveu para o jornal A Democracia (1917) e, além da Renascença Portuguesa, foi também um dos nomes iniciais da Seara Nova.» [Lusa]

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quarta-feira, 22 de julho de 2015

certificado: Livraria Preferida de Portugal - 4.º prémio

 

mais de um mês depois, eis finalmente a chegada do respectivo diploma emoldurado, o oficial: Livraria Preferida de Portugal, 4.º Prémio, para a Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... 

[O B R I G A D O!]


terça-feira, 21 de julho de 2015

Parque Natural do Montesinho - guia


“Parque Natural de Montesinho – um guia para o visitante” vários autores

«Itinerário Automóvel do Baceiro
Parque Natural de Montesinho (PNM). Itinerário automóvel do Baceiro. Percurso ao longo das principais estradas que atravessam a área central do Parque, nos vales dos rios Baceiro e Tuela.

Na planificação da sua visita deverá ter em consideração as recomendações descritas no Código de Conduta e Boas Práticas.
Acesso: EN 308-3 a partir de Bragança e EN 103 a partir de Vinhais.
Ponto de partida e de chegada: Bragança.
Extensão: 75 km.
Duração aproximada: 2h:30 min.
Apoios: hotelaria e restauração da área.

Este percurso desenvolve-se ao longo das principais estradas que atravessam a área central do Parque Natural de Montesinho, nos vales dos rios Baceiro e Tuela.

Com partida e chegada a Bragança, percorrendo as estradas nacionais 308-3 e 103 e a estrada municipal 505, este percurso permite conhecer uma das áreas mais características do Parque Natural de Montesinho.

Na sua fase inicial passa pela aldeia de Carragosa, onde se destaca a Igreja de N. Sra. da Assunção e o belíssimo cruzeiro barroco, e pelo vale de Cova de Lua onde se localiza o parque de merendas e o Santuário de N. Sra. da Hera. Na encosta sobranceira a este pode-se observar, um dos conjuntos de pombais mais interessantes existentes na área do Parque e, na encosta frontal, as ruínas da Sra. da Hera, povoado romano/medieval e local de culto do deus indígena Banda.

Em Vilarinho, merece uma visita o tríptico quinhentista existente no interior da igreja paroquial, cuja autoria, embora não confirmada, se pensa poder ser atribuída a Pedro de França. Com partida e chegada a esta aldeia disponibiliza-se o percurso pedestre de Ornal.

Na passagem pela aldeia de Dine, poderá visitar o Núcleo Interpretativo da Lorga de Dine, a Lorga e um conjunto de sete fornos da cal, ou passear pelo percurso pedestre das Termas do Tuela que tem início e fim nesta localidade.

Ultrapassado o território do antigo concelho de Paçó e de, nesta aldeia, se ter admirado o pelourinho, considerado imóvel de interesse público, regressa-se a Bragança, por entre carvalhais e azinhais, passando pelas aldeias de Gondesende e Espinhosela, onde, no primeiro núcleo desta aldeia, vale a pena visitar a igreja, de origem medieval, que conserva no seu interior um arco tardo-românico.

Percurso adaptado de: Guimarães, A., Moreira, L. e Redentor, A. (1998). 3 Itinerários de Automóvel. Parque Natural de Montesinho - Um guia para o visitante. João Azevedo Editor. Mirandela.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...
[também os seguintes guias: “Guia de Portugal” – Vol. IV – Entre Douro e Minho I – Douro Litoral | Vol. V – Trás-os-Montes e Alto-Douro I – Vila Real, Chaves e Barroso | Vol. V – Trás-os-Montes e Alto-Douro II – Lamego, Bragança e Miranda, autores: direcção de Raúl Proença; “Douro – Viagens e Histórias” (versão portuguesa), “Le Douro – voyages et histoires” (versão francesa), “Douro Valley – journeys and stories” (versão inglesa), “Duero – viajes e historias” (versão castelhana), “Douro – reisen und geschichten” (versão alemã) de Pedro Veloso, Susana Fonseca, Sérgio Fonseca; “Roteiros Turísticos do Património Mundial – No Norte de Portugal – Douro Vinhateiro e Vale do Côa” + mapa, “A Tourist’s Guide to World Heritage Sites – In the North of Portugal – Douro Wine Region and the Côa Valley” + map, “Guías Turísticas del Patrimonio Mundial – Em el Norte de Portugal – El Duero Vinatero y el Valle del Côa” + mapa; Douro – Guia Turístico – “Douro singular, Douro universal”, coordenação e concepção: José Moreira, idiomas disponíveis: português, inglês, francês, espanhol; “Douro – O Rio do Vinho” de José A. Salvador; “Douro Religioso” guia + mapa, coordenação Varico da Costa Pereira; “Douro – Guia Turístico da Natureza – paisagem, geologia, fauna, flora, turismo” coordenação Samuel Tapada;  “Roteiro Vale do Côa e Além Douro / Ruta Vale do Côa y más allá del Duero” coordenação científica António dos Santos Queirós e Jorge Rodrigues Paiva; “Património Geológico Transfronteiriço na Região do Douro – ROTEIROS / Geological Cross-border Heritage in the Douro Region – ITINERARIES” coordenação M. Elisa Preto Gomes e Ana Maria P. Alencoão; “São Salvador do Mundo – santuário duriense”, sob a coordenação do arqueólogo J. A. Gonçalves Guimarães; “Norte de Portugal e Galiza” – Guia American Express; “Roteiro Arqueológico e Artístico do Concelho de Vila Real” e “Archeological and Artitic Guide to the Vila Real District” de João Parente; mapa Douro; “Mapa de Arquitectura de Vila Real / Plano de Arquitectura / Architectural Map-Guide” fotografia e coordenação editorial Filipe Jorge; “Guia de Aves”, texto e mapas Lars Svensson, ilustrações e legendas Killian Mullarney e Dan Zetterström]

segunda-feira, 20 de julho de 2015

3 Reinos - português, galego, castelhano


revista “3 Reinos” n.º 0

poemas em português, galego e castelhano

de Chus Pato, Marta Navarro, Ana Gorría, Gonzalo Hermo, Nuno Moura, Ruth Llana, Oriana Méndez, Cláudia R. Sampaio, Carlos Fernández López, Carlos Verissimo, Martín Gómez-Ullate, Adrià Targa, Álvaro Diz de Mazores, Jesús Lizano

A Associação 3Reinos tem como objectivo a valorização e promoção do património oral e literário em torno do marco geológico dos Três Reinos. Este é o ponto de confluência de três regiões fronteiriças e das suas três línguas: português, galego e castelhano. A Associação pretende explorar as vertentes da poesia e outras formas de literatura destes territórios arraianos através da realização e promoção de eventos literários, teatrais, cinematográficos entre outros, prestando especial atenção a autores jovens e/ou desconhecidos, melhorando o conhecimento mútuo entre estes três territórios.

La Asociación 3Reinos tiene como objetivo la valorización y promoción del patrimonio oral y literario en torno al marco geológico de los Tres Reinos. Éste es el punto de confluencia de tres regiones fronterizas y de sus tres lenguas: portugués, gallego e castellano. La Asociación pretende explorar las vertientes de la poesía y otras formas de literatura de estos territorios rayanos a través de la realización y promoción de eventos literarios, teatrales, cinematográficos, etc. prestando especial atención a autores jóvenes y/o desconocidos, mejorando el conocimiento mutuo entre estos tres territorios.

A Asociación 3Reinos ten como obxectivo a valorización e promoción do patrimonio oral e literario en torno do marco xeológico dos Tres Reinos. Este é o punto de confluencia de tres rexións fronteirizas e das súas tres linguas: portugués, galego e castelán. A Asociación pretende explorar as vertentes da poesía e outras formas de literatura destes territorios arraianos a través da realización e promoción de eventos literarios, teatrais, cinematográficos, etc. prestando especial atención a autores novos e/ou descoñecidos, mellorando o coñecemento mutuo entre estes tres territorios.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Estágio curricular, UTAD


MUITO OBRIGADO, BRUNO!

«O estágio que realizei na Traga-Mundos foi proposto no âmbito da Unidade Curricular de Estágio/ Projeto referente ao terceiro ano da Licenciatura de Línguas e Relações Empresariais, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. O estágio decorreu durante todo o ano letivo de 2014\ 2015, desde o mês de setembro de 2014 até junho de 2015.

Componente prática:
Durante estes meses tive a oportunidade de realizar diversas atividades enriquecedoras tanto a nível pessoal como profissional, desde atendimento ao público a criação de evento e novos mecanismos de venda. Comecei por fazer algum atendimento ao público, sempre tendo em atenção como tudo funcionava, e simultaneamente, inteirando-me do que a loja tinha para oferecer, para assim poder prestar um bom atendimento ao cliente. O responsável não tardou a confiar em mim para quando se tinha de ausentar devido a eventos fora da cidade, nomeadamente na Galiza, e me deixar sozinho sem se preocupar. Prontamente me foi transmitida a possibilidade de trazer ideias novas para o espaço, que resultou em eventos que criei e organizei (3º aniversário da livraria, bancas de livros e produtos), novos mecanismos de venda que criei e implementei (vales de compras) e ainda intensificação da publicidade e visibilidade da Traga-Mundos (cartazes).
No geral as atividades desenvolvidas foram bastante enriquecedoras, tornando-me apto para as realizar novamente caso se proporcione, mas acima de tudo fez-me ter uma visão mais alargada de como é gerir um espaço com inúmeras vertentes tanto sociais como comerciais. Foi de facto uma experiência bastante gratificante, tendo em conta que foi possível consolidar conhecimentos, contribuindo, ainda, para uma preparação mais sólida e específica face ao futuro contacto com o mercado de trabalho.

Componente teórica:
O estágio teve também uma componente teórica, tendo como tema “Empreendedorismo na Região de Trás -os-Montes e Alto Douro”.
Num tempo em que a palavra “crise” é tão badalada, atos de empreendedorismo podem ser entendidos como verdadeiros atos de coragem. Apibéricos, Ludares & Lugares e Lavradores de Feitoria são três exemplos de coragem e afirmação que podemos encontrar no espaço da Traga-Mundos.
Importa salientar o facto de que a própria Traga-Mundos é um exemplo de empreendedorismo, houve outros espaços que tentaram o mesmo conceito, mas falharam. Já a Traga-Mundos continua, e caminha para o seu quarto ano de vida. E o empenho e motivação do responsável António Alves foram reconhecidos, quando no ano passado a Traga-Mundos foi uma das empresas finalistas do Douro Empreendedor 2014. Este ano encontra-se igualmente nomeada, esperemos que no final tenha lugar no pódio.
Na componente teórica desenvolvi ainda um outro tema, “A importância da promoção da Região dentro da mesma”, o qual achei pertinente.
O trabalho que a Traga-Mundos tem desenvolvido ao longo destes 3 anos de existência é de louvar, conseguindo reunir num espaço toda a região, todo o “Reino Maravilhoso”, toda a essência transmontana e duriense. Desde o primeiro dia que a Traga-Mundos abriu portas o trabalho é conduzido neste sentido: “Queremos construir uma referência quando se pensa na região, seus autores e cultura, vinhos e tradições, produtos e artesanato…”, palavras do responsável, António Alberto Alves, presentes no blogue da livraria.
A promoção de uma região deve partir do seio da mesma para o seu entorno primeiramente, já que existe um grande número de indivíduos que desconhece as maravilhas da sua própria região. É triste quando um habitante não valoriza as riquezas do espaço onde está enraizado

Ao António agradeço a oportunidade por ter desenvolvido o meu estágio num espaço pelo qual tenho um carinho especial, espero ter contribuído para o seu crescimento.
Desejo sucesso e continuação do bom trabalho realizado até agora.»

Bruno Moreira Batista Rodrigues
9 de Julho de 2015

quarta-feira, 15 de julho de 2015

As Artes Entre As Letras: 6 anos, 150 números


Como leitor de há muitos anos, sempre senti que a qualidade da Leitura também passa pelos jornais e revistas – não se esgota no formato livro –, sobretudo pela imprensa temática e especializada. No meu percurso de vida, habitando diversos locais, de lugares a aldeias, metrópoles e cidades de média dimensão, sempre os avaliei – no sentido da qualidade de vida – pelo acesso a jornais e revistas – há quiosques que são mais importantes que livrarias.
No regresso a Vila Real, constatei com mágoa que grande parte dos quiosques encerraram – desapareceram. A maior perca, em termos pessoais, foi o desaparecimento do quiosque do Pelinhos na Avenida – que, com um sistema de trocas de revistas e livros, iniciou tantos jovens na leitura. Por conseguinte, a oferta em diversidade e qualidade é cada vez mais restrita – restando o recurso a assinaturas, o que não faz aumentar a visibilidade e acesso a essas publicações. Isto no contexto de uma cidade em que a imprensa local é absolutamente retrógrada e sem critérios jornalísticos!
A abertura da Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real, coincidiu com a minha descoberta do quinzenário “As Artes Entre As Letras” – num quiosque, em Vila Real. De imediato, se tornou objecto de leitura, número a número...

Com a tendência de a imprensa temática e especializada se concentrar em Lisboa, o “As Artes Entre As Letras” é editado e mantido a partir do Porto. Em termos de cultura, nos seus diversos níveis e domínios, proporciona uma diversidade de vozes e autores, opiniões e pontos de vista, sensibilidades e formações, temáticas e personalidades – é também uma montra da riqueza cultural do Norte. Neste sentido, o “As Artes Entre As Letras” é também um espaço de Liberdade!
O facto de completar 6 anos e 150 números, representa uma luta diária para vencer a adversidade e constrangimentos que se generalizaram – representando igualmente uma louvável vitória e feito. Desejamos muitos anos e números mais...

António Alberto Alves
Vila Real, 19 de Junho de 2015


terça-feira, 14 de julho de 2015

PAN - Encontro e Festival Transfronteiriço de Poesia, Património e Arte de Vanguarda


”Difícyl / Difícil”
XIII PAN – Encuentro y Festival Transfronterizo de Poesia, Patrimonio e Arte de Vanguardia
17, 18 y 19 de julio de 2015
em Morille, Salamanca, Espanha
I PAN – Encontro e Festival Transfronteiriço de Poesia, Património e Arte de Vanguarda
dias 24, 25 e 26 de Julho de 2015
 em Carviçais, Torre de Moncorvo, Portugal

A Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real, foi convidada para participar com uma banca de livros, mais algumas coisas e loisas, XIII PAN – Encuentro y Festival Transfronterizo de Poesia, Patrimonio e Arte de Vanguardia, nos dias 17, 18 y 19 de julio de 2015, em Morille, Salamanca, Espanha, e no I PAN – Encontro e Festival Transfroteiriço de Poesia, Património e Arte de Vanguarda, nos dias 24, 25 e 26 de Julho de 2015, em Carviçais, Torre de Moncorvo, Portugal



O «PAN - Encontro e Festival Transfronteiriço de Poesia, Património e Arte de Vanguarda», no presente ano subordinado ao título «Difícyl / Difícil», com a sua realização, além de promover a cultura e a arte nos territórios do interior, prende-se chamar à atenção dos decisores públicos para a importância da cultura e dinamização económica de regiões desfavorecidas.

escultura | literatura | fotografia | pintura
animação de rua | ateliers | oficinas | música | teatro | associações


«La mayoría de las personas siempre lo han tenido difícil.
A maioria das pessoas sempre tiveram a vida difícil.

Fueron niños difíciles, con un padre, una tía (¡ay, las tías!) o una hermana difíciles (ya el parto fue difícil y difícil el embarazo). Crecieron en un entorno difícil de circunstancias difíciles; los internaron en un colegio difícil con compañeros difíciles. La época parecía difícil (a pesar de la nostalgia con que algunos la contemplan en la lejanía), la edad difícil y cada momento de esta vida difícil más difícil todavía.
Foram crianças difíceis, com um pai, uma tia (ai, as tias!) ou irmã difíceis (já o parto foi difícil e difícil a gravidez). Cresceram num meio difícil de circunstâncias difíceis; internaram-nos num colégio difícil com colegas difíceis. A época parecia difícil (apesar da nostalgia com que alguns a contemplam à distância), a idade difícil e cada momento desta via difícil mais difícil ainda.

¡Si hasta los chicos o las chicas que parecían fáciles les resultaron difíciles!
Se até os rapazes ou as raparigas que pareciam fáceis, acabaram por se tornar difíceis!

Se echaron un novio o una novia difícil, que venía de una familia difícil. Si lo consiguieron, el trabajo fue difícil, el jefe difícil, en circunstancias laborales, económicas, políticas, familiares y personales que se volvieron progresivamente difíciles (ahora a lo difícil lo llamamos "complicado", pero sigue siendo difícil): los horarios eran difíciles, pagar la hipoteca difícil, los niños difíciles, el ex o la ex muy difícil, toda aventura difícil...
Deixaram um namorado ou uma namorada difícil, que vinha de uma família difícil. O trabalho foi difícil (se é que o conseguiram), o chefe difícil, em circunstâncias laborais, económicas, políticas, familiares e pessoais que se tornaram progressivamente difíceis (agora ao difícil chamamos “complicado”, mas continua a ser difícil): os horários eram difíceis, pagar a hipoteca difícil, as crianças difíceis, o ex ou a ex muito difícil, toda a aventura difícil…

Cuando no lo eran, con tanta práctica, convirtieron en difíciles las cosas fáciles.
Converteram em difícil coisas que dantes eram fáceis, ou pelo menos não tão difíceis como agora.
  
¡Hasta respirar para ellos, los difíciles, ha sido y será perpetuamente difícil!
Para os difíceis, até respirar foi e será perpetuamente difícil!

Otros, por el contrario, lo han tenido siempre fácyl. Tan fácyl que incluso cuando desaparezcan un día, les resultará fácyl. Así da gusto.
Outros, pelo contrário, tiveram uma vida sempre fácil. Tão fácil que inclusivamente, quando um dia desaparecem, será algo naturalmente fácil! Assim dá gosto.

El dinero, por supuesto, la influencia y la buena coyuntura tienen mucho que ver con lo fácil y con su ausencia (lo difícil). La pasta y otras capacidades vuelven fácil lo difícil.
O dinheiro, claro está, a influência e a boa conjuntura têm muito a ver com o fácil e com a sua ausência (o difícil). As patacas e outras capacidades tornam fácil o difícil.

El PAN no es fácil, precisamente por su simpleza y por lo que llevamos dicho: el PAN es difícil. Hacer un buen PAN es muy, muy difícil.
O PAN não é fácil, precisamente pela sua simplicidade e pelo que vimos dizendo: o PAN é difícil. Fazer um bom PAN (pão) é muito, muito difícil.

Este PAN de 2015 rinde homenaje a los difíciles, a los que siempre tuvieron el viento en su contra, a quienes, braceando en el mar (o la charca) de lo difícil, pretendieron con su empeño, acaso de manera inútil y, por supuesto, incomprendida, que no todo fuera difícil; que al menos alguna brizna (abrir una ventana, un paseo a la vera del agua, saborear un helado en el puerto...) fuera, por fin y de manera definitiva (¡qué ingenuidad la de los difíciles!), algo fácil.
Este PAN de 2015, rende homenagem aos difíceis, aos que sempre tiveram o vento contra si, a quem, bracejando no mar (ou no charco) do difícil, pretenderam com o seu empenho, eventualmente de maneira inútil e, claro, incompreendida, que nem tudo foi difícil; que pelo menos algum gesto (como abrir uma janela, dar um passeio à beira-mar, saborear um gelado no porto…) foi, por fim e de maneira definitiva (que ingenuidade a dos difíceis!), algo fácil.»
Manuel Ambrosio Sánchez Sánchez
  

António Alberto Alves
Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro
Rua Miguel Bombarda, 24 – 26 – 28 em Vila Real
2.ª, 3.ª, 5.ª, 6.ª, Sáb. das 10h00 às 20h00 e 4.ª feira das 14h00 às 23h00

Próximos eventos:
- de 1 a 31 de Julho de 2015: exposição alusiva ao 45.º Circuito Internacional de Vila Real, na Traga-Mundos em Vila Real;
- de 1 a 31 de Agosto de 2015: exposição de desenho, colagem e poesia “Horas Azuis” de Ricardo Gil Machado, na Traga-Mundos em Vila Real;
- dia 7 de Agosto de 2015, pelas 21h00: inauguração da exposição de desenho, colagem e poesia “Horas Azuis” de Ricardo Gil Machado, na Traga-Mundos em Vila Real;
- de 1 a 31 de Agosto de 2015: exposição / destaque de autores de e sobre Trás-os-Montes e Alto Douro, iniciativa do Encontro Livreiro de Trás-os-Montes e Alto Douro, na Traga-Mundos em Vila Real;
- de 04 a 20 de Setembro de 2014: stand da livraria Traga-Mundos na Feira do Livro do Porto 2015.