quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Ls Lusíadas


“Ls Lusíadas” Luís de Camões
banda zenhada José Ruy
traduçon para mirandês por Francisco Niebro

«“OS LUSÍADAS” COMO EXEMPLO
José Ruy, ao realizar a adaptação de “Os Lusíadas”, colocou as suas qualidades e características ao serviço de um projecto difícil, mas do qual se desempenha com mestria e proficiência, apesar da dificuldade manifesta do projecto. Refira-se que tem sido salientado, com razão, pelos principais estudiosos das HQ que o nosso autor tem uma especial vocação para temas marítimos, o que se encontra patente na série de ficção “Porto Bomvento” (com sete álbuns editados pela Asa) ou na sua obra-prima, “Peregrinação” de Fernão Mendes Pinto, publicada, como já se disse, numa primeira versão, no “Cavaleiro Andante” (1957-1959). Lembremo-nos, contudo, do facto de a obra original ter sido publicada com texto explicativo na base de cada quadro, enquanto a versão hoje no mercado em álbum recorrer aos balões. Sente-se, assim, na versão publicada nos anos cinquenta uma ambiguidade entre o ilustrador e o cultor de HQ. A esta luz, a obra hoje em apreço reúne vários elementos, nos quais José Ruy tem provas dadas (desde os motivos aos temas). Em “Os Lusíadas” notam-se algumas das suas principais características, das quais deve referir-se: grande fidelidade aos textos literários; preocupação em fazer os leitores seguirem a narrativa através de sucintas explicações; o uso de uma técnica própria, adequada a um poema épico, não reduzindo as pranchas a uma limitação em espaços fechados e utilizando a capacidade criadora e imaginativa para ligar um relato real às referências da 
mitologia clássica; o recurso a uma técnica moderna, dotada de uma significativa versatilidade, com um traço ao mesmo tempo seguro e volátil, com uma compreensão exacta do movimento; e, por fim, a preocupação em ligar os diversos registos da narrativa épica em que a memória e a mitologia se misturam e se encontram, permanentemente. Saliente-se que, para auxiliar a leitura, o autor recorre nas aberturas a João Franco Barreto, autor do século XVII, que resumiu em oitavas cada um dos cantos do poema. Por sua vez, o relato de cada canto é antecedido por uma explicitação do argumento. No entanto, nas pranchas, é a própria expressão camoniana expressamente citada, com breves explicações, devidamente assinaladas.

ALGUNS EPISÓDIOS
Para ilustrar o que dizemos (sobre as qualidades e características do autor) daremos três exemplos que nos permitirão fazer realçar as especificidades da criação artística de José Ruy. O primeiro caso é o do Concílio dos Deuses, elemento crucial para a compreensão da trama subjacente ao poema e à história da chegada de Vasco da Gama e dos portugueses à Índia. A introdução do Olimpo no relato conduz a uma alteração de método. Os deuses situam-se fora do curso cronológico dos acontecimentos e o combate entre Vénus e Baco, mediado pelo próprio Júpiter, vai desenrolar-se em termos tais que permite ao leitor ver uma encenação em que o resultado da acção do “deus ex machina” decorre como que atrás de um véu, numa cena que o poeta vai descrevendo e revelando. O segundo exemplo tem a ver com o início do relato de Gama sobre a história pátria. José Ruy procura interpretar os acontecimentos históricos com fidelidade simultânea aos acontecimentos e à construção de uma mitologia imaginária da nação. Estamos diante de um processo de permanente e necessária conciliação entre a referência histórica e o “maravilhoso” que “Os Lusíadas” contêm, na linha da “Odisseia” de Homero e da “Eneida” de Virgílio. Por fim, temos a ilustração do Canto IX do poema de Camões, A Ilha dos Amores. Com grande sobriedade, José Ruy desenha uma ilha quase utópica a que não falta a sensualidade, mas onde a preocupação fundamental é dar um sentido poético à apresentação do tema. Compreendendo bem o sentido e alcance de um episódio como este, José Ruy procura deixar claro aos leitores que o canto IX é o corolário de uma projecção terrena do debate que tem lugar no Concílio dos Deuses. Quem ganha, no fundo, é o Amor através da persistência de Vénus e do apoio que obtém de Júpiter.

A UTILIDADE DA OBRA
À semelhança do que aconteceu na colecção da Sá da Costa, dos clássicos contados às crianças e lembrados ao povo, num registo de narrativa adaptada para a melhor compreensão dos jovens e dos cidadãos em geral (em que a preocupação iconográfica também existe, em termos muito limitados), este “Os Lusíadas” em HQ (ou em BD) tem uma significativa potencialidade pedagógica e didáctica, que não poderemos deixar de referir – compreendendo José Ruy muito bem essa característica. Aliás, constitui um elemento essencial da obra deste autor o facto de ter privilegiado a vertente histórica e didáctica à narração romanesca ou romanceada. De facto, há diversos críticos que salientam o facto de José Ruy ter ficado cá e não ter seguido mais sistematicamente a via romanesca, trilhada pelo mestre Eduardo Teixeira Coelho, o que pode tê-lo prejudicado nas suas possibilidades de maior divulgação no país e no estrangeiro. José Ruy tem tido, porém, um percurso de gradual maturação, com um estilo próprio e uma assinalável capacidade de ligação entre a capacidade técnica e a vitalidade criadora e imaginativa.» Guilherme d'Oliveira Martins [blogue do Centro Nacional de Cultura]

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também do autor os títulos: “Mirandês – história de uma língua e de um povo” e “Mirandés – stória dua lhéngua i dun pobo”]

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Burro mirandês



Burro mirandês

miniatura em barro e versão íman


  Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Tempo de lacraus


“Tempo de Lacraus” de António Borges Coelho

Aquela mulher era a montanha, montanha matriarca. Guardiã da casa de granito, ela é o esteio. Para a mulher de negro se voltam os olhos, as preces, as cartas. Ela convoca os ausentes, acende-lhes o fogo na pedra de granito sob o telhado de telha-vã; corta-lhes a linguiça, o salpicão; atesta de vinho a caneca comprada na Feira de São Pedro; conserva-lhes os cachos de uvas passas na sala a emoldurar o retrato. Joana começou a disparar a máquina. No carro, Basílio dominava a cena e abanava a cabeça. A montanhesa levou as mãos ao rosto marcado como se esconjurasse um fantasma ou o próprio demónio...

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também do autor o título: “O Tempo e os Homens – Questionar a História – III”]

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Escultura de Maurício Penha


Exposição de escultura de Maurício Penha
inauguração dia 2 de Março de 2013 (sábado), pelas 21h00
exposição de 1 a 20 de Março de 2013
na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro, em Vila Real


«No ano que se comemoram os 100 anos da nascimento de Maurício Penha (18/06/1913 -23/06/1996) importa acima de tudo dar a conhecer aos públicos mais diversificados a multiplicidade dos aspectos da obra deste artista – tão desconhecido – e oriundo de Sanfins do Douro (Alijó, Vila Real).
É neste sentido que estão previstas um conjunto de actividades – exposições, palestras, visitas guiadas à Casa Museu Maurício Penha e à Região do Douro, "ateliers" e lançamento de produtos, para desta forma se homenagear o homem e a sua obra e manter viva a sua memória.
É na Traga-Mundos, em Vila Real, se iniciam estas comemorações do 1º centenário do nascimento do escultor Maurício Penha, com uma exposição de escultura (Março 2013), a que se segue outra de fotografia (Abril 2013).
É uma excelente oportunidade para mostrar algumas das obras de M. Penha num espaço partilhado com os livros, que foram, sempre, um dos grandes amores do artista.»
O Presidente da Direcção
José Carlos Boura
Fundação Casa-Museu Maurício Penha

A inauguração desta exposição realizar-se-á no dia 2 de Março (sábado), pelas 21h00, e contará com a presença e visita guiada de José Carlos Boura.
De 22 de Março a 9 de Abril de 2013 seguir-se-á uma exposição de fotografias de Maurício Penha, revelando uma das facetas menos conhecidas deste insigne artista.

«Maurício (Meireles) Penha (filho de António Joaquim Penha e de Maria Josefa Meireles Penha) nasceu em Sanfins do Douro, na rua da Calçada, hoje Rua Fonte de Baixo, em 8 de Junho de 1913 e morreu em Alijó em 22 de Junho de 1996.
Frequentou a Instrução Primária em Sanfins do Douro onde foi aluno de seu avô – António Silvino Machado Meireles – e, posteriormente, de sua tia – Ermelinda de Rodrigues Meireles.
Em Lamego, no Colégio, concluiu o 5º ano dos Liceus (actual 9º ano da escolaridade básica);
em Vila Real, no Liceu Nacional Camilo Castelo Branco, completou o Curso Complementar dos Liceus, em 1933.
Nesse ano iniciou os estudos universitários no Porto, em Medicina. Em 1934 muda de curso e passa a frequentar a Escola de Belas Artes do Porto onde foi discípulo de Teixeira Lopes, e dos pintores Acácio Lino, Joaquim Lopes e do escultor Pinto do Couto.
É nesta ocasião que adere ao Partido Comunista Português, mantendo-se até ao fim da sua vida um convicto militante.
Aluno inconformado, transferiu-se para a Escola de Belas Artes de Lisboa onde concluiu, em 1945, o curso superior de Escultura, tendo sido discípulo de Simões de Almeida.
A despeito do seu profundo e genuíno interesse em construir uma carreira artística, como tantos outros, ontem e hoje, viu-se obrigado a enveredar pela carreira no Ensino.
Leccionou nas Escolas: Machado de Castro, Francisco de Arruda, Manuel da Maia, Industrial e Comercial de Vila Real, actual Escola Secundária de S. Pedro, e Alfredo da Silva (Barreiro); e ainda em diversos Liceus: D. João de Castro, Oeiras, Camões, Gil Vicente e Passos Manuel.
Aposentou-se em 1978 após ter leccionado na Escola Pereira Coutinho, em Cascais.
Arqueólogo, fotógrafo, pintor, gravador, escritor e escultor foi um grande viajante tendo corrido meio-mundo, desde a ex-União Soviética até ao México, desde a França até ao Egipto.
Publicou, em 1981, numa edição de autor, os contos “Vidas sem história”, que Alexandre Babo, crítico literário, refere, no prefácio, como “reminiscências que lhe ficaram gravadas como sulcos de dor e de ternura, também, da infância e da adolescência na aldeia onde nasceu”.
Maurício Penha foi um incansável trabalhador no campo da Arte, tendo retomado após a aposentação a sua actividade na Escultura, sobretudo numa disponível relação com o Meio Ambiente, com a Natureza, com as formas da realidade, representando-as, (re)interpretando-as  ou recuperando-as em diversos modos de associação estética.»

[Esta iniciativa resulta de uma parceria entre a Fundação Casa-Museu Maurício Penha, o Ciclo Cultural da UTAD e a Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro, de que irão surgir novos eventos]


Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro
Rua Miguel Bombarda, 24 – 26 – 28 em Vila Real
2.ª, 3.ª, 5.ª, 6.ª, Sáb. das 10h00 às 20h00 e 4.ª feira das 14h00 às 23h00
259 103 113 | 935 157 323 | traga.mundos1@gmail.com

Próximos eventos:
- dia 7 de Abril de 2013 (domingo), pelas 15h00: IV Encontro Livreiro, Livraria Culsete, Setúbal.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Uma praga no Douro


“A Fúria das Vinhas” de Francisco Moita Flores

Uma história emocionante passada nos socalcos do Douro no tempo em que se abriam as portas da ciência e do conhecimento.

Este romance recupera factos e histórias que Francisco Moita Flores não incluiu na série que escreveu para a RTP com o título A Ferreirinha. Narra a epopeia da luta contra a filoxera, uma praga que, na segunda metade do século XIX, ia destruindo definitivamente as vinhas do Douro. Na mesma altura em que, por toda a Europa, surgiam as primeiras técnicas e tentativas de criação de um método para a investigação criminal.
Moita Flores criou um bacharel detective - Vespúcio Ortigão - que, na Régua, persegue um serial killer, confrontando-se com o medo, com as superstições, com as crenças do Portugal Antigo que, temente a Deus e ao Demónio, estremecia perante o flagelo da praga e dos crimes. É uma ficção, é certo, mas também um retalho de vida feita de muitos caminhos que a memória vai aconchegando conforme pode.

Excerto:
«Quem subir ao alto de Vargelas ficará com a certeza de que chegou ao ponto mais belo do céu. O Douro visto daquele píncaro é o Paraíso prometido em todas as lições de catequese. É grandiosamente belo! As montanhas entrelaçam-se, magníficas, para, de repente, se escancararem em vales matizados com toda a paleta de verdes e castanhos que Deus inventou. E pelas encostas, as quintas vão pintalgando de branco o silêncio majestoso por onde o Rio serpenteia.»

Críticas de imprensa:
"Neste romance de confirmação, Moita Flores só não surpreende porque, quem segue com alguma atenção o seu percurso, já espera um livro desta qualidade. É uma escrita que flui ao sabor de uma excelente descrição do ambiente psicológico da época, com as suas crenças, medos e esperanças." Luís Robalo de Campos [Os Meus Livros]

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Tamborileiros tradicionais


TAMBORILEIROS DA RAIA
Constantim / Moveros
Trás-os-Montes / Aliste

Gravação: Anos 70 do Séc. XX (Virgílio Cristal, 1985, e Ángel González Fernández, 1976)
Local de Gravação: Constantim/Moveros
Ano de Edição: 2008

Numa foto da autoria de Ernesto Veiga de Oliveira, obtida em meados dos anos 60 do século passado, durante a romaria internacional consagrada a Nossa Senhora da Luz, que se realiza no alto de uma colina que se reparte entre as terras luso-mirandesas de Constantim e as leoneso-alistanas de Moveros, podem ver-se alguns tocadores de flautas pastoris em animado convívio. Trata-se, de facto, de uma das mais singulares reuniões festivas na área raiana do Planalto Mirandês, suscitando uma ampla adesão das gentes de ambos os lados de uma fronteira que nunca impediu as pessoas de comunicarem entre si ao longo dos tempos, partilhando experiências de vida e saberes com um fundo cultural comum. No entanto, as ocasiões de confraternização entre os populares tamborileiros mirandeses e os não menos populares tamboriteros alistanos também ocorriam noutros tempos festivos espalhados ao longo do ano, nomeadamente aquando das respectivas festas patronais locais, como sucedia entre as gentes das comunidades rurais de Constantim e de Moveros. Ainda hoje os mais idosos residentes da aldeia de Constantim se recordam das frequentes aparições de um tamborileiro de Moveros, Ángel González Fernández, popularmente conhecido por Tio Paris, que invariavelmente se encontrava na entrada da aldeia com o também tamborileiro Virgílio Augusto Cristal que, por sua vez, também em Moveros é ainda recordado pelas suas visitas e encontros com o tamborileiro alistano.
Acreditamos que mais do que constatar características integradoras de um fundo cultural comum importará avançar no sentido de compreender a evolução diferenciadora dos repertórios que partilharam as mesmas raízes culturais, porventura a melhor forma de se conhecerem os mecanismos da mudança. Nesse sentido, a nossa proposta enquadra o “confronto” entre espécimes executados em contextos de proximidade e de comunicação mútua, de um modo geral coincidindo em usos e funcionalidades, como sucedeu com Virgílio Augusto Cristal e Ángel González Fernández.

Reportório

Virgílio Cristal (Constantim)

01. Redondo 
02. Alvorada 
03. Vinte e Cinco Aberto
04. Passacalhes
05. Ofícios
06. Canedo
07. Mirandum
08. Madrugada

Ángel González Fernández, dito Tio Paris (Moveros)

09. Tengo Cinco Duros
10. La Montarazza
11. Jota Alistana
12. La Alboreada
13. Manolo Mio
14. Adelaida
15. Toque de Procesión
16. La Marcha Real 1:35

Todos os temas são tradicionais.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também disponíveis, da colecção Tamborileiros Tradicionais, o título: “Ângelo Ribas, Tamborileiro de Freixiosa, Miranda do Douro”]

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O Guarda-Rios


“O Guarda-Rios” Cristina Valadas (desenhos) + Eugénio Roda (texto)

O projecto "Pintar o Verde com letras" resulta de uma iniciativa da Direcção Geral de Cultura do Norte, que lançou a um conjunto de escritores e ilustradores o desfio de criarem histórias que tivessem algumas áreas protegidas do nosso país como lugares de inspiração e os seus habitantes, a sua fauna e flora como personagens. Aceite o desafio, os artistas constituíram-se em pares escritor/ilustrador e, percorrendo alguns dos lugares do nosso país, recolheram as impressões, experiências e conhecimentos que estão na base de oito textos que constituem esta colecção. 
A paisagem do Douro Vinhateiro é o cenário onde se desenrola esta história. Escrita de uma forma poética por Eugénio Roda, a personagem principal é um guarda-rios que observa os tons que cada estação do ano confere ao Douro Vinhateiro.

"E aninhado, o guarda-rios pensava ser guarda-vinhas, | Treinava chilreios de vindimar. | E o rio ria ao passar: vendi mar ou vim do mar?"

«Escrito numa prosa muito próxima da poética e num registo sensorial, pontuado não raras vezes, pela sinestesia, pela metáfora, pela antítese e pelos jogos fonéticos e semânticos, este livro convida a uma viagem na natureza. A ficcionalização e a recriação pictórica das paisagens, das cores, dos cheiros e dos ruídos do Douro deram, assim, origem a um atraente objecto estético.» | Sara Reis da Silva [Gulbenkian, Casa da Leitura]


Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também disponíveis, da colecção, os títulos: “A Cabra Imigrante” Manuel Jorge Marmelo (texto) Miguel Macho (ilustração), “Lamas de Olo, Avenida da Europa” António Mota escreveu Elsa Navarro ilustrou, “Trocas e Baldrocas ou com a natureza não se brinca” uma história de A.M. Pires Cabral com ilustrações de Paulo Araújo, “são salvador do mundo” texto valter hugo mãe, ilustração rui effe]

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Olhares transmontanos sobre guerra colonial


“A Última Estação do Império” de António Chaves

A obra contou com a colaboração do escritor Barroso da Fonte e conta a história e amizade dos dois combatentes barrosões em tempos de guerra colonial, quando em 1964 ambos cumpriram serviço militar no Continente e foram enviados para Angola. 

«A 23 de Janeiro de 1964, um jovem com 20 anos de idade apanha, na estação de S. Bento, o último comboio da noite, com destino a Santa Apolónia.
Chama-se António Carneiro Chaves, é natural da aldeia de negrões, concelho de Montalegre, e esta será a primeira etapa de uma viagem que o conduzirá, juntamente com um grupo de outros recém-incorporados, tal como ele, no serviço militar, até ao quartel de Mafra, onde irão fazer recruta.
Desse grupo faz parte João Barroso da Fonte, também montalegrense. A data acima referida regista o início de uma sólida amizade entre estes dois transmontanos, marcada por partilha de experiências e de ideias, parte delas expostas sob a forma epistolar. Alguma da correspondência trocada entre ambos, publicada neste livro, cinge-se ao período em que prestam serviço militar, no Continente e em Angola.
Numa escrita por vezes poética na descrição de paisagens e emoções, António Chaves narra cerca de quatro anos que considera de interregno na sua vida; percurso em que, extasiado com o esplendor e a magia do mundo africano, tenta entender a natureza e cultura dessas gentes, tão diferentes das que até ali conheceu. Líder com um claro sentido de estratégia e comando, nunca perde, no mais fundo do coração, a memória e a saudade da sua terra e dos seus. Procura, à luz de documentação histórica, as razões que poderão explicar os caminhos que desembocaram na guerra em que participou. A amálgama de reflexões e vivências narradas, situando esta obra entre o romance autobiográfico e o ensaio, levanta questões comuns a todos que ali aportaram, justificando a sua edição e o interesse na sua leitura.»

«Quando soube que a Câmara de Montalegre tinha intenção de homenagear-me, ficou radiante e, esse júbilo, fez-lhe um desfio: escrever um livro onde reunisse a nossa correspondência dessa época, onde retratasse o drama da nossa geração e onde se deixasse um testemunho dessa guerra subversiva que, em boa verdade, ninguém entendia. Aquele que era para ser um livro de memórias, resultou num relato circunstanciado, com dois centros operacionais, que coincidiam com os relatores. Fomos dois repórteres da linha da frente. Duas visões diferentes de ver a mesma realidade, numa mesma época e num mesmo espaço. Não inventámos, não romanceámos, não forjámos. Ele que esteve mais para o sul e que já então tinha o fascínio pela historiografia dos povos africanos, apaixonou-se pelo drama da escravatura. Embrenhou-se na literatura que foi descobrindo - e foi muita. Penso que para além destes testemunhos de guerra, esta «Última Estação do Império» que a Âncora editou e distribui, será um livro de consulta obrigatória para quem fizer a História do Fim do Império Português.» Barroso da Fonte [NetBila]

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também disponíveis os títulos: “Angola – O Conflito na Frente Leste” de Benjamim Almeida, "Angola 1975 - Testemunho de uma tragédia" de José Manuel Coelho e “Ultrajes na Guerra Colonial” de Leonel Olhero]

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

marcador de livros



marcador de livros

pelas artes de João Pinto Viera da Costa, Flora de Brincadeiras

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...


domingo, 17 de fevereiro de 2013

Livreiro da Esperança 2013



O Livreiro da Esperança - uma homenagem das gentes do livro aos livreiros portugueses, muito esquecidos e nem sempre compreendidos na sua fundamental função de editores da leitura - foi instituído em 2012 e homenageou o livreiro Jorge Figueira de Sousa, da Livraria Esperança, no Funchal.


O Encontro-Livreiro homenageia, em 2013, os livreiros 


Caroline Tyssen e Duarte Nuno Oliveira
Livraria Galileu - Cascais


O diploma «Livreiro da Esperança 2013» será entregue no IV Encontro Livreiro, a realizar na tarde do dia 7 de Abril, domingo, na Livraria Culsete, em Setúbal. 


A Livraria Galileu, que completou 40 anos de vida no passado dia 22 de Dezembro de 2012, é um exemplo de sonho transformado em realidade, de persistência, de esperança e de grande confiança no futuro do livro, da leitura e das livrarias.


Obrigado, Caroline Tyssen! 
Obrigado, Duarte Nuno Oliveira!
Encontro-Livreiro
15 de Fevereiro de 2013
[http://encontrolivreiro.blogspot.pt/2013/02/livreiro-da-esperanca-2013.html]

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Atelier "fazer pão em casa"


Atelier “fazer pão em casa”
por Maria Feliz
dia 23 de Fevereiro de 2013 (sábado), pelas 21h00
na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro, em Vila Real


“Num tempo em que o pão industrial contém cada vez mais químicos, o homem dá mais importância de comer pão caseiro e se possível, fazer o seu próprio pão em casa”, afirma Maria Feliz.
Pretende-se um curso «para o consumidor do pão, acrescentamos mesmo para o consumidor esclarecido de pão, exigente na saúde e requintado no sabor. O pão que é o nosso alimento de referência poderá assim, ser mais rico, criativo e saudável ao assumirmos completa autonomia e controlo na sua preparação e fabrico.» in “Pão feito em casa” de M. Margarida Pereira-Müller

Objectivo: aprender a amassar à mão para confeccionar pão de centeio e pão integral no forno (incluindo no fogão de gás ou eléctrico) em casa.

Conteúdos: os cereais (trigo, milho, centeio, cevada, aveia) | preparação do pão | os ingredientes básicos (farinha, água, levedura, sal) | os passos básicos (amassar, fermentação, amassar de novo e formar o pão, cozer, a conservação do pão.

Pão caseiro de confecção própria:
- pão integral;
- pão centeio;
- chapati.

Solicita-se aos participantes que tragam:
- 1 alguidar (diâmetro 30/40 cm);
- 1 tábua de madeira ou um tabuleiro;
- 2 panos de cozinha;
- e um caderno para apontar as receitas.

Tragam também boa disposição e vontade de trabalhar com as mãos!

Preço
12€ por pessoa - desconto especial a estudantes: 10€
[número mínimo de pessoas: 8, número máximo: 12]

A pré-inscrição pode ser feita desde já, na Traga-Mundos, ou pelos seguintes contactos: 259 103 113, 935 157 323, traga.mundos1@gmail.com, e o pagamento da inscrição deverá ser feito até 22 de Fevereiro, na Traga-Mundos ou por transferência bancária para o NIB 0033 0000 50068664116 05.

Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro
Rua Miguel Bombarda, 24 – 26 – 28 em Vila Real
2.ª, 3.ª, 5.ª, 6.ª, Sáb. das 10h00 às 20h00 e 4.ª feira das 14h00 às 23h00
259 103 113 | 935 157 323 | traga.mundos1@gmail.com

Próximos eventos:
- dia 7 de Abril de 2013 (domingo), pelas 15h00: IV Encontro Livreiro, Livraria Culsete, Setúbal.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Liceu velho e novo - o documentário (dvd)



“Liceu Velho, Liceu Novo” – o documentário (dvd)
realização Vítor Nogueira (Portugal, 2012)
Colecção Máquina do Tempo n.º 2

Ensino, mentalidades e tradições numa escola portuguesa durante o Estado Novo.

Depoimentos: Ana Alexandrina Monteiro, Aníbal Vieira da Silva, António Alves da Silva, António Carneiro, António Passos Coelho, António Taboada, Branca Nogueira de Melo, Cid Magalhães Gomes, Eugénio Varejão, Filipe Borges, José Augusto Teixeira, Luís Coutinho, Magalhães dos Santos, Manuel Cardona, Maria Elisa Agarez Monteiro, Maria Emília Magalhães, Maria Manuela Gomes, Mário Teixeira, Nuno Botelho.


Imagens do arquivo do Museu do Som e da Imagem, incluindo filmagens de Sebastião Peixoto.

Fotografias: Aquiles de Almeida, António Augusto Alves Teixeira, Domingos Campos, Macário Rodrigues de Magalhães, Marius (Mário Rodrigues da Silva), Miguel Monteiro.

+ livro:
Cadernos do Museu do Som e da Imagem, n.º 12.

+ exposição:
até 28 de Fevereiro, salas 6 e 7, no Museu do Som e da Imagem, Vila Real.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também “Lembranças da Casa do Padre Filipe”, Colecção Máquina do Tempo n.º 1]

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

máscara do amor


máscara do amor

Caretos de Podence

+ máscara da fertilidade, máscara da sorte, máscara mágica

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...