segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

PRÓSPERO 2013


Que os dias por estrear tragam as coisas boas de que os dias velhos se esqueceram
PRÓSPERO 2013

“Receita de Ano Novo”

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na b.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Carlos Drummond de Andrade.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Iniciação a Miguel Torga


“O meu primeiro Miguel Torga” escreveu João Pedro Mésseder, Inês Oliveira ilustrou

«Vou falar-te de um menino nascido num “Reino Maravilhoso”. Assim chamou ele a Trás-os-Montes, quando um dia – já adulto, escritor já – compôs das mais belas palavras que conheço sobre essa região de Portugal, a terra que o viu dar os primeiros passos e abrir os olhos para a vida...»


Miguel Torga (1907-1995) foi um admirável escritor da literatura portuguesa, com uma maneira única de contar, de falar de si e de captar, em verso e em prosa, os pequenos e grandes momentos da vida. E a sua foi uma vida invulgar. Neste livro, a escrita de João Pedro Mésseder e as imagens de Inês de Oliveira dão a conhecer o fascínio que Torga sentia pelas palavras, pelo país, pelos bichos, pelas crianças e pelos seus semelhantes. E também pelo "reino maravilhoso" onde nasceu.


«Uma homenagem ao homem, ao cidadão e ao escritor que foi Miguel Torga, este volume vocacionado para os leitores mais jovens – e não só – oferece um texto de inspiração biográfica, composto num discurso muito envolvente, marcadamente coloquial, interpelativo e próximo do seu destinatário extratextual preferencial. A evocação de alguns dos momentos biobibliográficos do escritor em questão ganha, assim, uma expressão literária pessoalíssima, pontuada pela inclusão de alguns segmentos poéticos e narrativos/diarísticos do autor de Bichos, uma selecção textual que testemunha algumas das singularidades desta personalidade literária. As ilustrações em aguarela de Inês Oliveira tornam evidente o olhar especial de Miguel Torga, por exemplo, sobre a natureza, a escrita e os bichos. A composição visual desta publicação, discreta, subtil e cuidada (numa linha, aliás, a que esta ilustradora nos tem vindo a habituar), desvenda também a perspectiva e/ou leitura pessoal desta artista plástica da mundivência e da escrita torguianas.» Sara Reis da Silva [Casa da Leitura, Fundação Calouste Gulbenkian]

Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para apoio a projectos relacionados com Música/Artes nos 3º, 4º, 5º e 6º anos de escolaridade.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[recordamos que temos o compromisso de sempre disponibilizar a obra completa de Miguel Torga: poesias, diários, teatro, contos, romance, ensaios e discursos; também os títulos “Dar Mundos Ao Coração – Estudos sobre Miguel Torga” organização de Carlos Mendes de Sousa, “Miguel Torga – o simbolismo do espaço telúrico e humanista nos Contos” de Vítor José Gomes Lousada, “Miguel Torga – A Força das Raízes (Um itinerário transmontano)” de M. Hercília Agarez, “O essencial sobre Miguel Torga” de Isabel Vaz Ponce de Leão, “Uma longa viagem com Miguel Torga” de João Céu e Silva, “Miguel Torga: O Lavrador das Letras – Um Percurso Partilhado” de Cristovão de Aguiar, “A Viagem de Miguel Torga” de Isabel Maria Fidalgo Mateus, “Miguel Torga – o drama de existir” de Armindo Augusto, “Ser e Ler Miguel Torga” de Fernão de Magalhães Gonçalves; também os álbuns de Graça Morais (“Um Reino Maravilhoso”) e de José Manuel Rodrigues (“Portugal”)]

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

emmy Curl: de Vila Real para o Mundo


emmy Curl, EP “Origins”
disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...

«Aos 22 anos, Emmy Curl tem aquilo que criadores de todas as idades ambicionam: um universo próprio, bem desenhado e melhor preenchido. Em novembro a cantora e compositora de Trás-os-Montes, nascida em Vila Real como Catarina Miranda, lança o seu terceiro EP, «Origins». A canção «Song of Origin» serve de primeira amostra de um disco cuja versão digital já pode ser pré-encomendada no site da artista.
Foi há dois anos que Emmy Curl deixou as primeiras pegadas, delicadas mas visíveis, no areal da música portuguesa: «Birds Among The Lines», o EP de estreia, lançado pela Optimus Discos, mostrou-a enquanto dona de uma música delicada e romântica, por vezes agridoce, que a própria define como «dream pop». Cinco canções despertaram a atenção de público e crítica para Emmy Curl, levando-a a actuar nos festivais Sudoeste e Delta Tejo, bem como a aparecer em programas televisivos como A Última Ceia, na SIC Radical.
Criada no seio de uma família dada às artes, Emmy Curl alimenta a sua música, sonhadora e colorida, com a paixão por outras disciplinas: fotografia, artes plásticas e moda (criou um atelier de costura, de onde ganha algum dinheiro para poder dedicar-se à música) fazem parte de um currículo rico em desejo de experimentar mais e fazer melhor, além de fazer bonito. É em palco que Emmy Curl conjuga todas as suas vocações, enriquecendo as suas actuações com a desenvoltura ganha ao serviço dos Rouge, uma banda teatral de Aveiro, onde vive actualmente.
Apaixonada pela sua terra natal, desde cedo que Emmy Curl quis voar além das montanhas da região que a viu nascer, e só na música a artista já pode orgulhar-se de ter dado nome e corpo a vários projectos: a banda Deep:Her; o conceito Cat-a-Vento, no qual, inspirada pela obra de Zeca Afonso e Fausto, planeia cantar em Português; o papel nada secundário de voz convidada em «Hey!», versão dos Pixies incluída no disco do guitarrista português Frankie Chavez.
De imagem cuidada e imaginário singular, a cantora e compositora, que gosta de assumir o controlo em todas as fases da gravação, da produção ao trabalho gráfico, tem tido no público um impacto gradual mas intenso: no Youtube, surgem cada vez mais versões de canções suas, feitas por fãs. E a própria Emmy Curl não se coíbe de vestir a pele de fã, assinando notáveis versões para temas como «Tiger Mountain Peasant Song», dos Fleet Foxes.
Andrew Bird, Little Dragon, Zero 7, Goldfrapp, Jorge Palma e José González são alguns dos artistas que Emmy Curl mais gosta de ouvir, e que a espaços conseguimos ouvir, também, na sua música perfumada e vaporosa.
No EP novo, «Origins», a transmontana promete manter a personalidade musical que já deu a conhecer, tentando ao mesmo tempo levar as canções por caminhos novos e mais aventureiros. André Tentúgal (We Trust) é um dos convidados do segundo capítulo de uma obra que continuará a cruzar a doçura da voz de Emmy Curl com a beleza crua da terra de onde vem. Como diria o seu conterrâneo Miguel Torga, numa passagem que a cantora chegou a citar em entrevistas de promoção ao primeiro EP, «às vezes chamo-lhe maldição, um misto de oração e de feitiço»." [Kimahera]

«Emmy Curl gravou, aquele que será o seu primeiro EP oficial, Birds Among the Lines para a Optimus discos em apenas uma semana. Nesta semana mágica que culminou com a abertura do Coliseu de Lisboa para Eels, Catarina Miranda (Emmy Curl) vestiu a “pele” de intérprete, instrumentista, co-produtora e artista gráfica.
Dotada de uma verdadeira alma "renascentista" Emmy representa uma nova corrente de artistas multifacetados que têm uma noção bem definida e eclética da forma como se querem expressar e comunicar.
Cantautora desde tenra idade, Emmy Curl, não restringe a sua criatividade a uma única persona, tendo para tal criado heterónimos, Catrain, para se expressar plasticamente, Cherry Sparks para uma nova linha sonora, Deep:Her para a vertente electrónica.
Nascida em Vila Real há frescos vinte anos atrás, está transmontana despertou para a musica no seio de uma família amante das artes, o que lhe permitiu desde cedo gravar e esboçar o que seriam as suas primeiras melodias com apenas 11 anos.
A envolvência e silêncio das fragas de Trás-os-Montes influenciaram-na sempre ao longo do seu percurso artístico materializando-se nas suas fases mais criativas " em Vila real, em casa, naqueles pores do sol, sempre crio mais" onde o lado sonhador e melancólico reporta as lendas e ao imaginário celta. O isolamento e a concomitante presença do mundo via novas tecnologias, permitiram-lhe o recato e a urbanidade da sua sonoridade.
Em Birds Among the Lines, Emmy Curl partilhou o processo da produção, apesar de estar mais habituada a solitários exercícios autodidacta " Descobrir a forma de comunicar o que nos vai na alma, o quadro que estamos a pintar, partilhar a visão, foi algo que pela primeira vez fiz.
"Neste EP quis dar corpo e cor as canções que tinha na alma, vesti-las como as vejo"através dos arranjos. Quis neste EP mostrar um corte do meu universo passado, presente, futuro, unos, mostrar o fio condutor do meu percurso," diz Emmy Curl.
As suas canções em termos sonoros apelam ao mais transcendente e ao etéreo do dream pop, sugeridas pela sua voz suave e pelos back-vocals submersos em reverb, ou pelas melodias flutuantes da sua guitarra. As letras dizem respeito aos sentimentos pessoais, relações humanas, e amor, por vezes real ou imaginário.
Ecos de grande interesse vindos de países como os Estados Unidos, França, Grécia e Itália vêm só confirmar a noção de que estará a surgir a 1º Artista portuguesa a vingar internacionalmente fora das áreas relacionadas com estilos tipicamente nacionais.
Agradecimentos: Fernando Nunes, Tânia Carvalho, Diana Carvalho, Joao Fino, Carla Teles, Filipe Larsen, Rui Alves, Mãe, Pai, Familia, gato Merlin, Ricardo Cook, Alexandre Mano, Célia Aldegalega.
[Optimus Discos]

«Emmy Curl é o alter-ego de Catarina Miranda, uma jovem cantora e compositora nascida em Vila Real.
Começou pelo nome Emmy e agregou Curl (caracol em português) pois desde sempre desenha espirais. Aos 11 anos compôs a sua primeira canção mas cedo a sua aptidão para a música foi sobressaindo. Ainda na barriga da mãe, “já estava a ser cultivada com música”, tendo os pais como grande influência na sua inclinação artística. “Os meus pais faziam canções antes da minha existência, durante e ainda hoje”, refere Emmy que aos oito anos recebeu uma máquina de gravar voz e “era viciada em gravar tudo, inclusive as aulas da primária”. Aos 15, completou três anos de formação de guitarra clássica e iniciação ao canto lírico no Conservatório Regional de Vila Real. “Foi suficiente para mim, a partir dessa formação fui moldando esse conhecimento àquilo que já sabia e que ainda procuro”. Para Emmy Curl, “Trás-os-Montes é um antro de inspiração de todo o poeta, músico ou pintor”, sendo que a sua maior inspiração provém da Natureza e inevitavelmente das “paisagens do Douro e das Serras do Alvão e Marão”.» Ilídio Marques, “Notícias de Vila Real”

emmy Curl, EP “Origins”
disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Guerra em rima


“Guerra em Rima” de Dias Vieira

O Coronel Dias Vieira sempre teve um fraquinho pelo jornalismo e pela investigação. Mesmo quando estava no activo, ao serviço da GNR. Agora que se encontra na pausa profissional que é bem merecida quando se cumpre como ele cumpriu e goza de saúde para ocupar o tempo livre, tem vindo a pesquisar na imprensa regional temas que na altura terão passado despercebidos mas que à distância de décadas, constituem curiosidade cultural, social e histórica.
O semanário a Voz de Trás-os-Montes que iniciou a sua publicação em 9 de Novembro de 1947, como propriedade das Conferências de S. Vicente de Paulo e que teve apenas dois directores: o Pe Dr. Henrique Maria dos Santos, até à altura em que deixou Vila Real e o Pe Dr. António Maria Cardoso, que completou 90 anos de vida em Março passado e que ainda continua ao leme deste órgão de informação que tem uma organização profissionalizada, que dá garantias de chegar longe.
Aproveitando para felicitar o Dr. António Maria Cardoso e todos os seus colaboradores, entro no tema que aqui me traz.
Dias Vieira ao compulsar a sua colecção de 1948, deparou com uma saudável «guerra», iniciada pelo saudoso Padre José Bernardo Gonçalves, nascido em Paradela do Monte (Stª Marta), em 1924 e falecido em 25 de Junho de 2000.  Na edição de 11 de Junho de 1948 publicou nesse periódico um soneto que intitulou: «Água o deu...».
Na edição do mesmo jornal de 1 de Agosto seguinte, o também poeta Barrosão, Artur Maria Afonso (Pai do célebre Pintor Nadir Afonso), escreveu um soneto que dedicou ao Padre Bernardo  e que tinha por título: «Tinha de arder... e ardeu».
O Pe Bernardo, satisfeito com a dedicatória, ripostou com novo soneto desta vez intitulado: «Quem nasce para cinco... a dez não vai», numa espécie de incapacidade em relação a quem tanto o honrou com a primeira dedicatória.
Só que Artur Maria Afonso não aceitou que Bernardo se inferiorizasse e, em réplica ao elogio, dedicou-lhe, também um segundo soneto, onde, nos 3º e 4º versos da segunda quadra, lhe confessa, em «Agradecimento»: O verso que traçais é tão perfeito/ que não há quem vos possa exceder.
Nesse meio tempo intrometeu-se no elogio mútuo, entre Bernardo e Maria Afonso, um desconhecido A. M. de Mairos - Chaves. Este A. M. questionou-se, também em soneto «a dois poetas» terminando a chave desse soneto: Gemeu: - Mas que humildade a destes lírios!...
A. M? Chama-se, ainda hoje, o Mons. Ângelo Minhava que nessa altura pregava em Mairos, no concelho de Chaves. Entendeu quebrar o diálogo daqueles dois «requebros amorosos». E, ignorando os dois contendores, a identidade do intruso que tratava por D. Quixote (lírio branco) e Tirteu (lírio roxo). A brincadeira enquanto foi a dois, decorreu bem. Mas quando aparece o terceiro, as coisas azedaram, sendo preciso que  o então bispo da diocese (D. António Valente da Fonseca) aconselhasse  a um «armistício» para acabarem com a «guerra rimada». Ângelo Minhava dá-se a conhecer e passaram a ser três «amiguinhos, mansinhos e calados».
Artur Maria Afonso regozija-se disso no soneto «Os três no Limoeiro». Mas aparece um quarto sonetista revestido de Raimundo Vieira que  no poema «À deriva», acusa o trio de«néscios pretensos poetas».
Um quinto poeta denominado Rogério Sampaio, reforça a contenda, mas vira-se, sobretudo, contra Raimundo Vieira que «não gostou de tais reparos, recomendando-lhe mais modéstia e tentando demonstrar que «os bons poetas não são assim tão raros...»
Por fim, mais um pseudónimo na contenda: Amílcar que pede paz: «haja paz, Senhor Rogério! /que achou quente de mais, hein? O cautério /Daquela «Raimundínica Varrina»?
Até aqui foi uma comédia em dois actos. Primeiros três poetas, cada qual o mais distinto e o mais modesto: Bernardo Gonçalves, Artur Maria Afonso e Ângelo Minhava. Depois o interregno com o «armistício», do Bispo.
O segundo acto recomeça com os mesmos três, desta vez fardados com pseudónimos: Raimundo Vieira reabre em nome de Artur Maria Afonso; Rogério Sampaio representando Bernardo Gonçalves e Amílcar em nome de Ângelo Minhava. Houve uma terceira ronda e nela se intromete Domingos Barroso, outro clérigo de Sanguinhedo, ao tempo, pároco de Vilar de Perdizes.
É grato reler estes saudáveis interlúdios culturais entre pessoas que conhecemos, nos ensinaram muita coisa do pouco que sabemos e que revelam a forma como se entretinham nos tempos mortos.
Dias Vieira surpreendeu-nos com esta recolha num opúsculo que vale mais do que grossos volumes de cuja leitura nada de útil se recolhe. Foi pena que o autor apenas fizesse uma tiragem de 150 exemplares... [Barroso da Fonte, NetBila]
 
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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Bebezudos


Bebezudos

«Gostamos muito de crianças, não por serem queridas, ou engraçadas, ou inocentes, mas porque sabemos que elas estão já no futuro. Para elas cosemos livros à medida, livros que não picam, que cheiram bem e são fofos, de muitas cores, que têm dentro muitas histórias que ainda não foram contadas.» O Lado Esquerdo editora

bebezudos e minibebezudos – livros de pano para crianças do 0 aos 2 anos, cheios de cores, sons e texturas para poderem desenvolver os seus sentidos desde os primeiros meses da sua vida.

«isto é...
um livro ou uma espada, uma flor ou um camião. isto é um conto de fadas, de dragões, de balões ou de mil milhões. isto é o que quisermos, nós e tu, tu e eu. isto canta baixinho ou grita alto, tem voz fina e grossa ao mesmo tempo. isto é uma história para todos os dias, é uma história sem fim de cores, sons e carícias. isto é o que nós, os dois, quisermos.
a pré-leitura é qualquer coisa de mágico que acontece quando contamos histórias a um bebé, acreditando que ele ou ela nos compreende, quando falamos com os nossos bebés e percebemos que fazê-lo é parte essencial do seu desenvolvimento e da sua curiosidade futura pelo mundo e pelo conhecimento. acredita que não é preciso muito, é apenas preciso acreditar e falar e cantar, sorrir a acariciar as palavras que vão saindo da nossa boca.
boa leitura»

Natàlia Tost. Comecei a fazer coisas em 1974. Coisas como psicologia, desenvolvimento rural, «fast-food», narração breve, cortar o cabelo na casa de banho, educação ambiental, antropologia, tradução e promoção da leitura. Algumas destas coisas até são fixes.

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domingo, 23 de dezembro de 2012

Contos de Natal que a avó nunca te vai contar


“Contos de Natal que a avó nunca te vai contar”
andré de carvalho, emma ramon, carles montaña, manel garcía, natàlia tost

«Refeições natalícias a explodir como bombas relógio, pais e mães a reivindicar a tradição, filhos e filhas com complexo de culpa, um presidente da Comissão Europeia que sofre, uma gaiola prodigiosa. Famílias “normais” a descobrirem, mais uma vez, a cara b da alegria natalícia. Cinco contos, cinco olhares sobre um fenómeno que mata e morre todos os Dezembros. E de sobremesa, um conto pós-natalício: “Os cães de Erralde”» O Lado Esquerdo editora

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sábado, 22 de dezembro de 2012

arraioco


arraioco
das artes de João Pinto Vieira da Costa

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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Chamo-me... Camilo Castelo Branco


“Chamo-me... Camilo Castelo Branco” texto Sara Figueiredo Costa ilustração Alexandra Agostinho

A partir dos 9 anos

«Entre livros, folhetins e artigos de jornal, ultrapassei os 200 títulos, o que é um número espantoso. Ainda hoje as pessoas que estudam a minha obra se admiram com a quantidade, mas nunca deixam de falar da qualidade, dizendo muitas vezes que fui um dos escritores portugueses mais importantes de sempre. Sempre quis ser escritor, e reconhecido, por isso não vou contrariar quem diz tal coisa. A herança que deixei na literatura portuguesa começa no romantismo e chega até ao realismo, duas correntes que se opunham, mas que acabaram por se tocar, muito por minha responsabilidade.»


Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Aldeias de Portugal - histórias & tradições





“Aldeias de Portugal – Histórias & Tradições” de Paulo Costa
 
"Este é um trabalho tão simples e humilde quanto a vida nas Aldeias de Portugal."

Após dois anos e meio de um trabalho intenso, apaixonado e dedicado à revitalização e preservação da vida nos territórios rurais, através da página do facebook Aldeias de Portugal, Paulo Costa lança agora o livro anunciado, destacando nesta obra as melhores fotos e textos partilhados nestes últimos dois anos, sublinhando ainda alguns textos inéditos, assim como também algumas fotos. Este é um trabalho tão simples e humilde quanto a vida nas Aldeias de Portugal. Um livro com imagens marcantes, com textos ilucidativos da vida rural, da nossa história, da nossa cultura e das nossas tradições, onde poderá encontrar também receitas de pratos da nossa gastronomia tradicional.
Este é um livro que pretende demonstrar que a vida nas Aldeias de Portugal é um dos fatores culturais mais valiosos da história de Portugal, assim como transmitir que é possível continuar a amar a origem de cada um.
Um livro tão simples e humilde quanto a história das próprias aldeias, mas um livro que certamente irá enriquecer a biblioteca de quem ama a sua origem.

Sobre o autor
Paulo Costa tem 36 anos, é natural de Poiares, histórica aldeia do Concelho do Peso da Régua, Distrito de Vila Real, na Região de Trás-os-Montes e Alto Douro. Aqui cresceu, estudou, trabalhou e se divertiu até aos 18 anos, idade com que saiu para estudar fora da Região. Trabalhou no Porto e em Lisboa, mas em 2006 decidiu regressar à sua terra natal onde habita atualmente. A sua paixão pela aldeia é profunda e tudo o que faz tem a ver com a revitalização do território rural. Solteiro, simples, um bom garfo, Paulo Costa é pessoa de enormes afetos, caraterizado pelo sorriso fácil e pela ligação às pessoas do meio rural, de quem diz ter recebido os maiores ensinamentos. A família é a sua maior paixão, causa única que ultrapassa todas as outras.

As fotos
O livro Aldeias de Portugal - Histórias & Tradições é composto por um conjunto notável de fotografias, que vão desde aldeias maravilhosas espalhadas por todo o território, a rostos marcantes ou paisagens deslumbrantes. São vários os fotógrafos que cederam fotos para a obra, num enorme gesto de envolvência com este projeto, permitindo-nos no entanto destacar o afamado Rui Pires, o mais consagrado fotógrafo da atualidade em Portugal.



Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

postais-presépio



postais-presépio, com vaca e burro,dos tornadouro




Disponíveis na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...



terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Liceu velho e novo



“Liceu velho, Liceu novo”
(Texto de Joaquim Almeida da Costa, com 48 fotografias)
Cadernos do Museu do Som e da Imagem (n.º 12)


Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também os títulos: “Nos 50 anos da televisão em Portugal – quando tudo começou” de António Barreto, “A Avenida da Marius”, “Ciclismo em Vila Real – memória fotográfica”, “Cargaleiro – obra gravada”, “Vila Real vista do céu – oito décadas de fotografia aérea”, “Memórias do Bairro de Santa Margarida”, “Memórias dos Bombeiros Voluntários – Nos 120 anos dos Bombeiros Voluntários de Vila Real e Cruz Verde”, “António Narciso Alves Correia – a fotografia em Vila Real na década de 1870” de Elísio Amaral Neves, “Vila Real pela objectiva de Filipe Borges Júnior”, “Construtores de Instrumentos Musicais de Trás-os-Montes e Alto Douro” e “Fez-se  Mais Curto o Caminho entre o Marão e Espinho” de Elísio Amaral Neves]

domingo, 16 de dezembro de 2012

Douro em colheita de incertezas


“Colheita de Incertezas” de Armando Sena

E se hoje, após vinte anos, descobrissem um segredo seu?
Sob um suspense contínuo, criado especialmente para aqueles que acham que a vida não é monocromática, que entre o cinzento e o negro há uma paleta infinita de cores, Armando Sena faz desfilar a vida de cinco personagens, vista de um ângulo com janela aberta para o Douro.
As vinhas e o vinho como pano de fundo, o rio, o seu vale e as encostas, escondem segredos, alimentam paixões, são testemunhas de amores, traições e desencontros.
Nesse palco, vão-se desfiando histórias, digladiando anseios, desenhando frustrações e, do meio do cinzento, emerge o segredo que desvenda a colheita. A certeza de que a persistência é a melhor arma para expiar as agruras do mundo real.
Assim, tal como o rio no seu leito de inquietação encontra a foz, também os sentimentos desaguam num mar de plenitude e serenidade.

Armando Sena nasceu em 1968, em Trás-os-Montes.
“Colheita de Incertezas” é o seu segundo romance. Após a sua primeira obra, “Na Demanda do Ideal” e a participação na antologia “Eu digo Não ao Não”, surge agora com um novo livro centrado nas relações humanas, nos objetivos e frustrações de cada ser e, acima de tudo, o triunfo da persistência como um elogio ao reconhecimento das qualidades intrínsecas de cada um.
O ser humano é, por natureza bom. Maus são, por vezes, os caminhos por ele percorridos.

"Em gestos lentos, saboreados, sacou a rolha da garrafa. Serviu o vinho no copo até meio. Sem prova, não era necessário, o aroma libertado pelo néctar era suficiente, invadia-lhe as entranhas, subia-lhe à cabeça, aquecia-lhe a alma.
Bem, agora sim, era altura da imersão em água fria. Pousou o copo num dos cantos da banheira, entrou então ela, primeiro um pé, depois outro. Sentou-se, tremeu com o primeiro contacto da água fria na pele quente. Com as mãos em concha, cheias de água, levou-as à altura da cabeça e deixou que a água lhe escorresse pelo rosto.
Começava a sentir-se melhor, pegou então no copo e virou-o contra a luz. Um vermelho rubi, uma cor poderosa, baixou o copo e sentiu um leve aroma frutado, não muito, que o vinho era encorpado e com algum estágio, a colheita de 2005 tinha sido excelente. Lentamente, com prazer, alheia a tudo, Margarida ingeriu o primeiro golo. Potente, penetrante, percorreu-lhe todas as veias, estimulou-lhe o corpo, libertou-a..."

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também disponível do autor o título: “Na Demanda do Ideal”]

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O pito de Santa Luzia


«Neste dia de Santa Luzia, em Vila Real, manda a tradição que as raparigas da cidade ofereçam o pito aos rapazes seus eleitos, para que no dia 3 de Fevereiro, dedicado, na liturgia, a São Brás, os rapazes, retribuam a oferta com a gancha.
Para que não haja confusões, convém referir, que o pito é um bolo com recheio de doce de calondro e, a gancha um rebuçado em forma de báculo bispal.

A lenda


Foi uma moçoila da aldeia de Vila Nova, em Vila Real, que os inventou quando foi servir para o Convento de Santa Clara, onde tomaria o hábito depois dum noviciado entre a cozinha e o apoio aos pobres e aos doentes a que a ordem, na sua misericórdia e caridade infinitas, dava guarida de hospital.
Maria Ermelinda Correia, depois Irmã Imaculada de Jesus, era deveras gulosa. Foi este defeito que levou a família a pedir a graça da clausura na esperança de lho transformar em virtude.
(...) No intervalo dum silêncio de «regra» conventual falava de doces, a resposta era sempre a mesma: «nem vê-los».
Na sua inocência, começando a percorrer os caminhos da Fé e da Doutrina para o noviciado tornou-se devota acérrima de Santa Luzia, orago dos cegos e padroeira das coisas da vista.
Foi assim que os pitos de Santa Luzia lhe foram consagrados, e como tal testemunha a festa que ainda hoje, a 13 de Dezembro, na capela de Vila Nova, mantém a tradição.» [Casa Lapão]


quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

As artes em flora de brincadeiras



 “Flora de Brincadeiras”
com João Pinto Vieira da Costa
dia 15 de Dezembro de 2012 (sábado), pelas 21h00
na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro, em Vila Real

João Pinto Vieira da Costa estará na Traga-Mundos para proporcionar uma apresentação e visita guiada há exposição “Presé-pios” de sua autoria, no próximo dia 15 de Dezembro de 2012 (sábado), pelas 21h00.
Será também ocasião para partilhar um pouco mais sobre a sua obra “Flora de Brincadeiras”, que está na base das suas produções posteriores, como os pássaros-pinha, os roncalhos, as arraiocas e os brincos e colares de “Joãolharia natural”, de diversos materiais da natureza de Trás-os-Montes (caroço de soveira, semente de tamarindo, casca de amêndoa, semente de giesta – piorneira, fruto de camélia, caroço de azeitona, pena de ave, semente de dragoeiro, caroço de pêssego, semente de alfarroba, vieiras, etc.).


[recordamos que a exposição “Presé-pios”, iniciada a 1 de Dezembro de 2012, estará patente na Traga-Mundos até 6 de Janeiro de 2013]

«Aos brinquedos industriais, mecânicos e eletrónicos, que nas décadas recentes invadiram o quotidiano infantil, contrasta Vieira da Costa (como moderação, antídoto ou alternativa), brincadeiras e passatempos feitos à base de plantas. Recolhidas no espaço de Trás-os-Montes e também na sua aldeia natal de Alpendorada e Matos, no concelho de Marco de Canaveses, o autor acredita que muitos desses brinquedos, dos cerca de cem que descreve, estarão certamente disseminados pelo país. As plantas utilizadas são apresentadas por ordem alfabética e acompanhadas de fotografias, quer da planta quer dos brinquedos ou passatempos a que deram origem. Vieira da Costa aponta a importância do universo vasto de sensações e conhecimentos, de cores, cheiros, árvores e frutos que se entranham nos objetos e na memória daqueles que os construíram, completados pela imaginação infantil. Uma riqueza que o brinquedo moderno não pode inteiramente substituir nem fazer esquecer.» [Texto: Campo Aberto]

«Razão teve o inesquecível António Cabral que destas coisas percebia como pou­cos, ao referir, no prefácio do livro "Flora de Brincadeiras", iniciando-o, que "O regresso à Natureza começa a ter-se como um regresso ao Para­íso. Felizmente, digo, com a certeza de que quanto mais o homem se afasta do seu meio natural menos possibilidades tem de se encontrar a si pró­prio, como alguns pós-mo­dernistas já perceberam, de­siludidos com o optimismo da civilização industrial, embora também eles, avessos a siste­mas doutrinais, tenham caído num certo desnorte, vivendo a errância intelectual, numa or­fandade de valores, alguns dos quais foram, porventura, fácil e impensavelmente configura­dos. Que o regresso à Nature­za não seja apenas uma fuga, mas uma necessidade, como as crianças nos ensinam, se lhes dermos condições para isso".E a verdade é que, reconhe­cidamente, "a necessidade faz o engenho". Foi por essa ne­cessidade que já se brincou com aquilo que, de forma gra­tuita e fantástica, a Natureza nos dá. E que João Pinto Vieira da Costa nos faz (re)descobrir, de maneira tão bela como des­concertante. Esta exposição é um espan­to.» [Agostinho Chaves, in Mensagens Aguiarenses, 9/12/2008]






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